GNL no Brasil: desafios e oportunidades na descarbonização industrial

O Gás Natural Liquefeito (GNL) está se destacando como um vetor crucial na transição energética mundial, prometendo eficiência energética, segurança aprimorada e uma redução significativa nas emissões poluentes. Durante uma conferência recente, o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, expressou o compromisso do governo em expandir o mercado de GNL, anunciando a criação de um comitê especializado para supervisionar e regular o setor. Essa medida, segundo Silveira, poderia reduzir os custos do gás natural em 25% no país, um passo significativo para o fortalecimento da economia verde.

Internacionalmente, o cenário do GNL também está mudando, com um aumento de 4,3% na capacidade global de liquefação de gás natural de 2022 para 2023, segundo o último relatório da International Gas Union (IGU). Porém, gigantes como China e Índia estão reduzindo suas importações, optando por fortalecer a produção doméstica.

No Brasil, a importação de gás natural da Bolívia caiu cerca de 15% em 2023, o que reflete uma gradual adaptação às novas dinâmicas do mercado energético. O GNL desempenha um papel vital em diversas indústrias, como na metalurgia, produção de vidro, cerâmica e cimento, aproveitando seu alto poder calorífico. Além disso, é uma matéria-prima essencial na indústria química e na produção de fertilizantes, e serve como suporte energético para as usinas termoelétricas, especialmente durante os picos de consumo.

Contudo, como aponta André Ribeiro Chaves, Vice-presidente da Falconi para Indústria de Base e Infraestrutura, apesar do potencial de sustentabilidade do GNL, há uma necessidade urgente de adaptação por parte do setor industrial e dos governos estaduais para absorver essa nova demanda. Ele ressalta que o mercado brasileiro, embora alinhado com as tendências globais, ainda enfrenta significativos desafios de infraestrutura para a distribuição do gás.

Entre as estratégias para avançar no mercado de gás natural, estão o desenvolvimento de políticas públicas de incentivo, regulamentação aprimorada para transporte e armazenamento, e redução de custos associados ao escoamento e processamento do GNL. Além disso, é essencial que as empresas revisem seus processos internos para aumentar a produtividade e eficiência, definindo metas claras para o futuro.

A superação dos desafios políticos, econômicos, sociais e de governança será chave para o progresso do mercado de GNL no Brasil, requerendo uma abordagem colaborativa entre governos, empresas e a sociedade civil. Segundo Chaves, as mudanças propostas podem não apenas impulsionar a economia, mas também orientar os esforços de descarbonização da indústria brasileira.

Em suma, o Gás Natural Liquefeito possui um papel transformador para a indústria nacional, prometendo um futuro mais sustentável e economicamente viável. As iniciativas governamentais e a resposta do setor industrial serão determinantes para garantir que o Brasil capitalize plenamente as oportunidades apresentadas pelo GNL na nova era energética.

Fonte: Matheus Briet.


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Fonte: Click Petróleo e Gás


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