Ex-economista do FMI sugere que Argentina adote o real e não o dólar

Nos últimos meses, o economista alemão Robin Brooks tem sido bastante otimista em relação à economia brasileira nos últimos meses.

A confiança é tanta que ele tem descrito o país como “Suíça da América Latina”, “Brics do futuro” e “superpotência agrícola”.

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O ex-economista do Fundo Monetário Internacional (FMI) sugeriu que atrelar o peso ao real pode ser uma melhor saída para a Argentina do que a dolarização.

Economista-chefe do The Institute of International Finance (IFF), entidade global que assessora 400 instituições financeiras de 60 países, Brooks mantém uma visão positiva sobre o Brasil há anos.

Usuário frequente do X (atual Twitter), com 266 mil seguidores, o economista publica análises econômicas curtas, quase sempre ilustradas por gráficos e frases de efeito.

Argentina corre riscos adotando o dólar, segundo economista

A Argentina ganhou espaço nas postagens de Brooks depois do sucesso do candidato de extrema direita Javier Milei nas eleições primárias do país vizinho, no dia 13 de agosto.

Uma das propostas de Milei para enfrentar a inflação de 100% em 12 meses é extinguir o peso e adotar o dólar. Dias depois do pleito, Brooks chamou o plano de “ideia terrível”.

Para o economista, a saída para conter a hiper-inflação na Argentina seria um forte ajuste, equilibrando as contas do governo.

O economista aproveitou e sugeriu que a Argentina tenha uma paridade monetária com o Brasil. Ele argumenta que o Brasil é um exportador de commodities como o país vizinho e tem um Banco Central com muita credibilidade, diferentemente da Argentina.

Brooks destaca que essa paridade poderia funcionar para os argentinos.

Discordando de Brooks

O professor da Universidade do Centro de Estudos Macroeconômicos da Argentina (Ucema) Emilio Ocampo, que faz parte da equipe de assessores de Milei para apoiar a proposta de dolarização, disse ao jornal O Globo que a sugestão de Brooks é uma “péssima ideia”.

“Os argentinos já têm dólares e não pensam em trocá-los por reais. Ademais, o real está se apreciando”, declarou Ocampo.

“O Banco Central do Brasil, por razões óbvias, não vê com simpatia a proposta, por risco de contaminação potencial.

Para economistas críticos à dolarização, a diferença de ciclos econômicos é um dos riscos da medida.

Sem moeda própria, a Argentina não poderia mais fixar a taxa básica de juros e passaria a seguir os juros do banco central americano (Fed).

Como os ciclos da economia não acompanham os da economia norte-americana, se algum problema provoca uma recessão na Argentina não seria possível baixar juros para aquecer a economia.

Se o Fed subir os juros por algum motivo local dos Estados Unidos, a economia argentina esfriaria, mesmo que já estivesse estagnada.

Porém, Brooks defende que os ciclos econômicos da Argentina tendem a ser mais parecidos com os do Brasil, já que os dois países comercializam bastante um com o outro e ambos são exportadores de commodities.

Os comentários de Brooks geraram comentários sarcásticos nas redes sociais.

“Não tem como parar a Suíça da América do Sul!! Sai da frente que o Brasil tá passando”, escreveu um usuário, em português.

“Eles (os argentinos) farão isso assim que o real atingir sua meta de R$ 4,50 (por dólar), Robin-san”, comentou outro em inglês.

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Fonte: Revista Oeste


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