Geofísico explica o que é a anomalia magnética no Brasil

A expansão da Anomalia Magnética do Atlântico Sul (Amas) no Brasil não representa uma ameaça direta à vida humana. É o que diz o geofísico Sérgio Sacani, do canal SpaceToday, em vídeo publicado no YouTube.

O assunto voltou à superfície nesta semana, depois de a Agência Nacional de Inteligência Geoespacial dos Estados Unidos e o Centro Geográfico de Defesa do Reino Unido informarem que a Amas segue em expansão no Brasil.

“Não há nada de grave”, afirma o geofísico, ao comentar os impactos da anomalia magnética. “Não há nenhum efeito em nossa vida. Isso está acontecendo a 3 mil quilômetros de profundidade. Pode ter efeito apenas nos satélites que passarem por aquela região.”

Sérgio Sacani acrescenta que a vida na superfície não sofrerá alteração. “Isso não vai causar extinção em massa”, resume. “Não vai acabar com a vida na Terra. Não haverá nada disso.”

Entenda o que é a anomalia magnética

A anomalia é uma região onde o campo magnético da Terra apresenta variações significativas, em relação ao valor esperado. No caso da Amas, essa região específica tem um campo magnético mais fraco.

Localizada ao largo da costa da América do Sul até a África, a Amas resulta de variações no núcleo externo da Terra, composto por ferro líquido. Essa anomalia magnética pode afetar satélites e a Estação Espacial Internacional, de maneira a provocar a exposição à radiação cósmica e potencialmente causar falhas em equipamentos eletrônicos.

A Nasa destaca que a radiação de partículas pode desativar os computadores de bordo e afetar a coleta de dados dos satélites que a atravessam. Além disso, a anomalia magnética serve como um indicativo de mudanças nos campos magnéticos terrestres.

O fenômeno está se dividindo em duas partes, o que representa desafios adicionais para as missões de satélite. Cientistas da Nasa investigam como essas divisões impactam a atmosfera terrestre.

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A causa precisa da anomalia magnética ainda é desconhecida, mas a intensidade do campo magnético na Amas é de um terço da média mundial. A área da anomalia está se expandindo e movendo-se para oeste, com um crescimento de cerca de 7% entre 2020 e 2024, de acordo com estudos científicos.

Brasil monitora o fenômeno

No Brasil, observatórios magnéticos monitoram a Amas. Em março de 2021, o país lançou o nanossatélite NanosatC-BR2, em colaboração com a Agência Espacial da Rússia, com o objetivo específico de estudar a anomalia magnética.

Um estudo de 2020, da Universidade de Liverpool, publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, mostrou que a Amas pode ter até 11 milhões de anos. Isso evidencia que não é um fenômeno recente.

A Nasa prossegue com seus esforços para modelar e prever as mudanças na Amas, com o objetivo de preparar-se para os desafios futuros.

“Grupos de pesquisa em geomagnetismo, geofísica e heliofísica continuam a observar e modelar a Amas para monitorar e prever mudanças futuras, auxiliando na preparação para os desafios que podem afetar tanto os satélites quanto os seres humanos no espaço”, declarou a agência norte-americana.

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Fonte: Revista Oeste


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