Estudantes descobrem planeta potencialmente habitável a 40 anos-luz de distância

Estudantes da Universidade do Sul de Queensland, na Austrália, e da Universidade de Edimburgo, na Escócia, lideraram a descoberta de um planeta do tamanho da Terra, potencialmente habitável e a 40 anos-luz de distância. A equipe internacional publicou a pesquisa na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, nesta quinta-feira, 23, e recebeu colaboração da Nasa.

Além de estar documentada no artigo, uma equipe de astrônomos japoneses publicou, simultaneamente, uma investigação no jornal Astrophysical Journal Letters, sobre o mesmo planeta.

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“A descoberta de um planeta semelhante a Vênus em torno de uma estrela na vizinhança do Sistema Solar aumenta a esperança de que os astrônomos possam algum dia desvendar o segredo da razão pela qual a vida apareceu na Terra”, afirmaram os pesquisadores.

Shishir Dholakia, que faz doutorado em astrofísica na Universidade do Sul de Queensland, na Austrália, descreveu ao jornal britânico The Guardian como ocorreu a descoberta do planeta, que foi denominado Gliese 12b.

“Fizemos os cálculos do verso do envelope”, disse Dholakia. “Descobrimos que provavelmente é do tamanho da Terra; o clima é temperado e está muito, muito próximo. No espaço de um dia, pensamos: ‘Temos de escrever isso. É algo muito legal. Poderia estar à temperatura certa para a água líquida se acumular na superfície. O que é importante, porque pensamos que os planetas são potencialmente habitáveis se puderem ter água líquida sobre eles.”

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Gliese 12b é do tamanho da Terra ou um pouco menor, como Vênus. A temperatura de sua superfície é estimada em 42ºC. Sua órbita de 12 dias gira em torno de Gliese 12, uma anã vermelha fria na constelação de Peixes. O planeta tem cerca de um quarto do tamanho do Sol, com aproximadamente 60% da temperatura da sua superfície.

“Está a apenas 40 anos-luz de distância, e isso pode não significar que possamos realmente chegar até lá em um futuro próximo”, explicou Dholakia. “Mas significa que podemos apontar para ele os maiores telescópios espaciais do mundo e entender como é sua atmosfera.”

Planeta pode facilitar estudos sobre o Sistema Solar

A descoberta pode facilitar estudos sobre o próprio Sistema Solar e como a Terra e Vênus se transformaram em planetas tão diferentes, apesar das condições similares.

“A Terra e Vênus são exemplos clássicos de como uma atmosfera pode alterar a superfície de um planeta”, disse Dholakia. “Portanto, a Terra é um refúgio para a vida como a conhecemos e Vênus é quente o suficiente para derreter chumbo na sua superfície. E a diferença entre estes dois planetas deve-se em grande parte ao fato de Vênus ter uma atmosfera muito hostil.”

O pesquisador também explicou que os cientistas procuram entender as diferenças entre os planetas do Sistema Solar por meio dos estudos do novo corpo celeste.

“Pensamos que este planeta, que está mesmo entre a Terra e Vênus em termos da quantidade de luz que recebe do seu Sol, poderia realmente preencher a lacuna, e nos ajudar a compreender porque é que os dois planetas são tão diferentes”, explicou Dholakia.

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A Nasa utiliza um satélite de pesquisa de exoplanetas em trânsito — o Tess — para observar as mudanças de brilho de dezenas de milhares de estrelas para capturar “trânsitos” — “breves e regulares escurecimentos de estrelas causados pela passagem de mundos em órbita”, de acordo com seu site.

É mais fácil detectar planetas do tamanho da Terra que orbitam anãs vermelhas porque, por causa do menor tamanho da estrela, o escurecimento do trânsito é maior. Além disso, a massa mais baixa significa que o planeta em órbita produz uma maior “oscilação” ou “movimento reflexo” na estrela.

A Nasa informou que Gliese 12b é um bom candidato para estudos adicionais com o telescópio espacial James Webb.

Um astrônomo norte-americano disse estar certo de que há um novo planeta à espreita ainda mais perto de casa. A emissora ABC informou, na última sexta-feira, 17, que o professor de astronomia planetária do Instituto de Tecnologia da Califórnia Michael Brown disse que não via como poderíamos ter um Sistema Solar “sem o Planeta Nove”.

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Durante anos, ele disse que os caminhos peculiares de vários objetos ao redor de Netuno mostram a atração gravitacional de outro planeta, mas ninguém foi capaz de encontrá-la.

Num novo estudo, ainda não revisto por pares, Brown e a sua equipe realizaram simulações e concluíram que havia uma probabilidade de uma em 1 milhão de o Planeta Nove não existir.

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Fonte: Revista Oeste


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