PF prende miliciano que seria alvo de traficantes que executaram médicos na Barra da Tijuca

Taillon já foi condenado por chefiar a milícia de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio. O grupo criminoso disputa o controle do território com uma facção que domina a Cidade de Deus, para onde os homens que mataram os médicos teriam se abrigado após o crime. 

 

 

Diego Half Bomfim, Perseu Ribeiro e Marcos Andrade Corsato eram médicos que estavam em um quiosque na Avenida Lúcio Costa, altura do número 2630, em frente ao Hotel Windsor, onde estavam hospedados para participar de um congresso de ortopedia. O crime aconteceu por volta de 1h, quando criminosos armados saíram de um carro branco e fizeram disparos contra o grupo. 

Uma câmera de segurança flagrou o momento do ataque. As imagens mostram toda a movimentação dos assassinos. Após fazer os primeiros disparados eles voltam para o carro, mas alguns retornam e voltam a atirar contra os médicos. O ataque levou cerca de 20 segundos. 

Testemunha conta como foi assassinato de três médicos em quiosque na Barra da Tijuca 

Após o crime, quatro traficantes suspeitos do crime foram encontrados mortos nos arredores da Gardênia Azul, também na Zona Oeste. Entre eles estava Philip Motta Pereira, o Lesk, suspeito de ter sido um dos responsáveis por iniciar uma guerra envolvendo traficantes e milicianos. 

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Além de Lesk, também foi identificado Ryan Soares de Almeida. Natural de Belo Horizonte, Ryan era considerado o braço direito de Lesk. Ele e os outros dois mortos estavam num HRV, abandonado na Rua Abraão Jabor, no Camorim, O traficante foi preso em dezembro de 2020 por tráfico de drogas, posse irregular de arma de fogo e corrupção de menores. Ele deixou a Cadeia Pública Jorge Santana em setembro de 2021. 

A polícia suspeita que eles tenham sido mortos pela própria facção, após terem matado os médicos por engano. A principal linha de investigação da polícia é que o ortopedista Perseu Ribeiro Almeida tenha sido confundido com o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa. 

Taillon é filho de Dalmir Pereira Barbosa e ambos são apontados pelo Ministério Público do Rio como integrantes de uma quadrilha que atua em regiões da Zona Oeste da cidade. Em dezembro de 2020, ele teve a prisão preventiva decretada pelo crime de organização criminosa. Condenado, em junho de 2022, a oito anos e quatro meses de prisão por chefiar a quadrilha, ele deixou a cadeia em março para a prisão domiciliar e, seis meses depois, recebeu autorização para sair de casa. 

A decisão do livramento condicional, assinada pelo juiz Cariel Bezerra Patriota, determina que Taillon compareça ao juízo a cada três meses para comprovar suas atividades. Ele precisa voltar para casa às 23h e permanecer durante toda a noite. Também é sua obrigação “porta-se de acordo com os bons costumes”, não se ausentar do estado, não se mudar sem comunicação ao juízo. 

“Não frequentar lugares passíveis de reprovação social, tais como aqueles onde haja consumo excessivo de bebidas alcoólicas; onde haja venda de drogas ilícitas; casas de prostituição; prática de jogos proibidos e outros análogos”, finaliza a decisão. 

De acordo com o Ministério Público, Taillon seria responsável pela exploração do transporte alternativo de vans e mototáxi e de serviços básicos como oferta de água, gás e TV a cabo, em Rio das Pedras, na Muzema e em outras comunidades nos arredores. O grupo também cobrava “taxas de segurança” de comerciantes e moradores, promovia a invasão e grilagem de terras e lucrava com a construção imobiliária clandestina. Taillon foi condenado, em junho de 2022, a oito anos e quatro meses de prisão por chefiar a quadrilha. 

Nas denúncias anônimas há relatos de que ele andava sempre “acompanhado de seguranças armados”. Em áudios interceptados pelo Ministério Público na época, Tailon diz ter dado “uma trava” em uma das pessoas que controlava a Muzema, demonstrando, segundo a investigação, que exercia o comando da quadrilha. Nas conversas analisadas pelo Gaeco, o miliciano mostrava que tinha relação com policiais militares: “desenrolei o bagulho do batalhão hoje”.

“Usar o nosso nome não pode. Se não pagar a gente aparece e resolve”, disse Tailon em outra conversa. 

Os promotores apontam também que as atividades dos bandidos dessa quadrilha envolviam agressões, ameaças e mortes na região. Na ocasião, Taillon foi preso em ma operação deflagrada após o desabamento de edifícios na Muzema em que 24 pessoas foram mortas.

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Fonte: TBN


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