Consciência Negra: guardas municipais de Santos participam de palestra sobre Anemia Falciforme

Os profissionais da Guarda Civil Municipal (GCM) de Santos participaram, na quinta-feira (23), de palestra sobre a ‘Anemia Falciforme’. Eles receberam mais informações sobre a origem, diagnóstico, transmissão e tratamento da doença, que é hereditária (de pais para filhos) e mais comuns na população negra.

A palestra foi organizada pela Secretaria da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos (Semulher), por meio da Coordenadoria de Promoção de Igualdade Racial (Copire) e integra a programação do Dia da Consciência Negra, celebrado no último dia 20.

Quem ministrou a palestra foi Berenice Kikuchi, diretora técnica e fundadora da Associação de Anemia Falciforme do Estado de São Paulo, que explicou que se trata de um tema desconhecido e, muitas vezes, confunde com uma anemia comum. “Fomos ampliando a discussão e vemos que muita gente ainda não sabe da gravidade”.

Por ano, nascem no Brasil cerca de 3 mil crianças com a doença e mais 200 mil com traço falciforme. Trata-se de uma alteração sanguínea, na qual os glóbulos vermelhos apresentam formato de foice, atrapalhando a passagem de oxigênio para o cérebro, pulmões, rins e outros órgãos.

O diagnóstico é feito por meio de exame chamado eletroforese de hemoglobina e ela indica que todos na idade reprodutiva devem fazer o exame.

“A pessoa que tem traço é a que possui apenas um gene, que chamamos de hemoglobina S, originado de um dos pais. Porém, para a doença se manifestar, é preciso ter recebido o mesmo gene, de ambos os pais. Se você recebeu só um deles, não vai desenvolver a doença, por isso chamamos de traço falciforme.”

Ela comenta sobre a importância da realização de exame prévio, em casais que pretendem ter filhos, para alertar sobre futuras consequências, no caso de ambos possuírem o traço. “A ideia não é que eles não se unam e nem que não tenham filhos, mas que saibam da possibilidade de ter um filho com uma doença grave, que causa muita dor, sofrimento e normalmente morte por infecção”.

Berenice explica que é uma doença que não tem cura, porém, existe uma série de cuidados e medicações que melhoram muito a qualidade de vida dos pacientes, diminuindo um pouco a mortalidade na infância, que ainda tem uma taxa alta. “Por conta de o diagnóstico ter sido inserido há poucos anos no teste do pezinho, agora as pessoas vão começar a se tratar desde o início da vida, a partir do sexto mês”, diz a profissional.

Ivo Miguel Evangelista, da Coordenadoria de Promoção de Igualdade Racial (Copire), destacou que a doença pode afetar a todos, por isso é importante a promoção das palestras.
“Devemos explicar não só para a comunidade negra, mas para a comunidade como um todo, sobre essa doença que veio com nossos ancestrais, mas que hoje atinge a todos”. 

Esta iniciativa contempla o item 3 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Saúde de Qualidade.
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Fonte: Prefeitura de Santos


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