Sesap fortalece rede de apoio para atender indivíduos acumuladores

Já ouviu falar de pessoas que acumulam coisas, deixam a casa com objetos, animais e até lixo em grande quantidade dentro em casa? Isso pode indicar que a pessoa está doente e precisa de tratamento. Para ampliar esse atendimento na rede, a Secretaria de Saúde Pública (Sesap) de Praia Grande está fortalecendo uma rede de apoio, com a participação de vários departamentos da pasta e também com a contribuição de outras secretarias e entidades.

Responsável pela iniciativa e pela articulação entre os diversos serviços públicos, o Núcleo Ampliado da Saúde da Família na Atenção Básica (Nasf) se reuniu na última terça-feira (23), na sede da Saúde Ambiental, com membros deste departamento, da Divisão de Controle de População Animal, do Departamento de Vigilância em Saúde, do Departamento de Atenção Básica, da Promoção à Saúde, do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e do Conselho Tutelar Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.

O nome científico do transtorno é Síndrome de Diógenes e ocorre geralmente após algum trauma emocional, que acaba levando a pessoa a acumular itens diversos que trazem uma espécie de segurança para o indivíduo. Só que esse ato de acumular coisas traz inúmeros problemas para os familiares, quando a pessoa não mora sozinha, e afeta até a comunidade do entorno.

“O acumulador vive sob enorme conflito e sofrimento, ele não consegue enxergar mais nada a não ser as coisas que ele está acumulando. E não importa o que elas são, podem ser desde folhas de árvores que ele encontra no meio do caminho que ele vai levando para casa e preenchendo um vazio que ele sente, a ponto de aquilo fazer parte da sua vida e ele não conseguir mais viver sem”, explica a médica e coordenadora do Nasf, Katia Mara Mendes Ferreira Santos.

Diante desse cenário, a Sesap tem procurado reunir novamente diversos atores que poderão agir de forma integrada e ampliada no atendimento desses pacientes. Já existe um grupo no whatsapp para aglutinar informações e auxiliar nas demandas de rotina.

“A construção em rede é extremamente importante para qualquer ação que a gente faça com esse cuidado longitudinal das pessoas e das famílias envolvidas. A questão do acumulador você não consegue resolver de maneira unilateral, precisa de todo um trabalho envolvido com psicólogos, psiquiatras e que envolve também a assistência social, limpeza urbana, controle de pragas, urgência e emergência, bombeiros, entre outras áreas”, acrescenta a médica.

A diretora da Divisão de Controle de População Animal, Tissiana Mascaretti Ortiz, considera a iniciativa essencial para auxiliar os profissionais da rede que atuam diretamente com os acumuladores. E ainda destaca a importância do papel dos agentes comunitários de saúde na identificação dessas pessoas. “Acho de suma importância esse encontro, porque a gente tem muita dificuldade quando encontra acumuladores de animais. E a participação dos agentes comunitários é fundamental, porque os agentes conhecem o morador e a vizinhança e podem identificar uma determinada situação antes dela se tornar caótica”, pontua.

Para Sueli Agrela, membro do Conselho Tutelar Sul, esse trabalho em rede deverá render resultados positivos. “É muito importante esse processo, pois quando a gente entra na casa, vê uma família e dentro dela um acumulador, a gente não tem que pensar apenas no acumulador, tem toda uma família por trás onde tem criança, adolescente. E não pensar apenas em pegar essa criança e colocar num abrigo, mas sim em trabalhar para manter essa família unida. Então, o trabalho em rede é muito importante”, diz.

O próximo passo do grupo de trabalho está em contatar e envolver outras secretarias e serviços da Prefeitura e também outras entidades e órgãos sociais que são considerados importantes nas intervenções junto aos acumuladores. A ideia é somar esforços e ampliar o grupo de apoio, que já tem atuado em casos identificados pelas equipes de saúde.


Fonte: Prefeitura de Praia Grande


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