Rapel em obras do Morro Barreira do João Guarda acontece a mais de 160 metros de altura

Utilizando técnicas modernas, a contenção das encostas chega a superar a altura de um prédio de 50 andares; obra já está 60% concluída

É a mais de 160 metros de altura que Paulo Rogério da Silva, de 56 anos, trabalha de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas. O ajudante geral é um dos sete alpinistas que trabalham pendurados no rapel das obras de contenção das encostas do Morro Barreira do João Guarda, um dos mais impactados por deslizamentos na tempestade de março de 2020. Ao todo, a obra tem mais de 130 profissionais nas mais diversas funções.

Ao subir o equivalente a um prédio de mais de 50 andares pela primeira vez, Paulo conta que sentiu um frio na barriga. “Senti um gelo por dentro. Depois, fui me acostumando e aprendendo a admirar a vista. Todos os dias, no canteiro de obras, rezamos juntos para iniciar o trabalho”, conta ele, que atua na limpeza do morro e tem curso de NR-35, norma regulamentadora que fala sobre padrões de segurança para o trabalho em altura.

Em uma iniciativa moderna e ousada, a Prefeitura de Guarujá usa rapel nas obras de contenção das encostas do Morro Barreira do João Guarda. Por conta das características do terreno, as equipes empregam essa técnica para ter acesso ao paredão íngreme ao longo da área. As obras no local estão 60% concluídas.

Técnicas

A contenção de concreto utiliza a técnica de solo grampeado, assim como nas demais encostas. A diferença é a forma de acesso. Uma equipe especializada em rapel leva todo o material utilizando métodos seguros que vençam as dificuldades da verticalidade do talude. Só assim é possível levar concreto, mangueiras injetoras de concreto e os próprios profissionais responsáveis pelos serviços. Tudo é executado conforme as normas de segurança.

Atualmente, é realizada a concretagem no local, com a projeção do material na parede do morro. Para a realização das intervenções, a Prefeitura investe R$ 12.151.237,24 de recursos municipais, somados ao repasse de R$ 21.613.994,46, da Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR), do Governo Estadual. O total de investimentos é de R$ 33,7 milhões.

Como não é possível subir caminhão, são utilizados andaimes. A massa do concreto é feita em uma máquina e lançada sobre a superfície do morro que já foi atirantada e recebeu malha de ferro.

Para o secretário municipal de Infraestrutura e Obras (Seinfra), os métodos utilizados na obra são diferenciados e bastante minuciosos, principalmente com relação à segurança. “Essa é mais uma das grandes obras que são realizadas na Cidade atualmente, utilizando modernas técnicas de contenção, assim como foi feito no Morro da Bela Vista”, explica.

Histórico

O Morro Barreira do João Guarda foi um dos mais afetados por deslizamentos na tempestade de março de 2020, que assolou diversos pontos da Baixada Santista. Desde a ocorrência, a Prefeitura realizou diversos pedidos solicitando a liberação de verbas para a realização das obras e, por meio do Governo Estadual, a Cidade obteve o recurso necessário.

As intervenções realizadas atualmente serão semelhantes ao trabalho que já foi realizado no Morro da Bela Vista, popularmente conhecido como Morro do Macaco Molhado, que visam oferecer mais segurança aos moradores e bairros adjacentes, evitando novas tragédias.

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Fonte: Prefeitura de Bertioga


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