Cansada de sufoco, mulher fez tattoo para se salvar; Entenda

A chef de confeitaria Amanda Selbach, de 40 anos, carrega algumas tatuagens pelo corpo. Uma, no entanto, tem uma função diferente: salvar a sua vida.

Cansada de passar por situações em que não levaram suas alergias a sério, ela decidiu registrar para sempre no braço esquerdo:

Alérgica a todos os medicamentos anti-inflamatórios não esteroides, AAS, diclofenaco, ibuprofeno, paracetamol e nimesulida. Usar: morfina, antibiótico e corticoide.

Tatuagens como a de Amanda são chamadas de funcionais. A VivaBem, ela conta que a ideia surgiu de um médico que a acompanha. Desde que fez a tatuagem, não passou por mais nenhum sufoco em hospital.

“Na minha infância, tomava AAS (ácido acetilsalicílico, conhecido como aspirina) normalmente. Mas, passando a adolescência, descobri que era alérgica a uma série de medicamentos e aspartame, um adoçante artificial.

Sou alérgica a todos os AINEs, os anti-inflamatórios não esteroides. É o caso do diclofenaco, nimesulida, ibuprofeno.

Uma vez, tomei um remédio para rinite e sinusite e meus olhos e boca ficaram inchados, só minha garganta que não fechou. A mesma coisa aconteceu com um remédio que tomei para cólica.

Quando é pouca quantidade, meu corpo fica vermelho e me coço muito. Aí começa a me dar bolhas na gengiva, meu olho incha. Com o tempo, vi que alguns remédios eu realmente não poderia tomar mais.

No nascimento da minha primeira filha, em 2011, por uma cesárea, eu falei para o obstetra: ‘sou alérgica a tais remédios e não posso tomá-los’. Ele disse que eu precisava tomar um anti-inflamatório e não fez nenhum teste de reação.

Depois do parto, tomei morfina e anestésico —com isso não tenho problema. Quando fui para a sala de recuperação com a bebê no colo, falei para a enfermeira que estava me coçando e tendo uma reação alérgica. Ela disse que era efeito da anestesia e foi embora.

Quando o anestesista chegou para me ver, a minha recém-nascida estava nos meus braços e quase caindo. Já não conseguia mais falar e nem enxergar nada, ele me deu duas injeções de adrenalina.

Era para eu ser liberada para o quarto às 13 horas, mas só fui às 19 horas. Nem tenho fotos dos primeiros dias com a minha filha, de tão horrível que eu estava.

Em 2012, quando fui ter meu segundo filho, foi a mesma coisa. Os partos foram em hospitais particulares de cidades diferentes, médicos diferentes e equipes diferentes.

Comuniquei aos médicos, e o anestesista disse que eu precisaria de anti-inflamatório e que faria um teste, me daria três gotas enquanto estava ao meu lado. Não deu outra: comecei com edema de glote (inchaço na garganta).

Alguns anos depois, conversando com um médico que me acompanha, ele sugeriu que eu fizesse uma tatuagem com as minhas alergias no antebraço esquerdo, que é onde costuma ser o primeiro lugar que olham para dar uma injeção na veia.

Existem outras formas, mas pulseira e corrente não adiantam porque podem estourar. Um aviso na carteira é fácil de perder em um acidente. Ninguém vai procurar por essas coisas. Então, registrar no meu corpo foi a melhor ideia que tivemos. Fiz a tatuagem em 2018.

Depois disso, fiz a cirurgia da troca do meu silicone. Falei com o anestesista, contei toda a história dos meus dois partos, das minhas alergias. Ele falou que poderia usar corticoide no lugar do anti-inflamatório e não tivemos problemas.

Me sinto mais segura, porque acredito que uma hora vão olhar meu braço. Já vi médicos comentando que eles não reparam, mas também já vi outros falando que queriam que todos os pacientes fossem assim.

Meus médicos adoram e, sempre que vou em um diferente, eles acham o máximo. Já me falaram: ‘se [todos os alérgicos] fossem assim, salvariam a nossa vida e a própria’.”

Fonte: Viva Bem/UOL.

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Fonte: TBN


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