STF julga tutor de família com ‘ossos de vidro’

O Supremo Tribunal Federal (STF) julga neste momento Rodrigo de Freitas Moro Ramalho, um dos presos do 8 de janeiro. O julgamento termina à meia-noite deste sábado, 27.

Antes de ser preso, Ramalho era o tutor de três membros de sua família, que têm “osteogenesis imperfecta”. Trata-se de uma doença hereditária, que causa fragilidade nos ossos, mais conhecida como “ossos de vidro”.

O preso ainda tem um filho autista. Atualmente, Ramalho está em Marília (SP), sua cidade natal, com tornozeleira eletrônica.

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De acordo com seu relato, publicado no site bureaucom, Ramalho se reunia com frequência com pessoas conhecidas no QG em frente ao Tiro de Guerra em Marília, depois das eleições de 2022. Em 6 de janeiro de 2023, decidiu embarcar em uma excursão para Brasília.

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Ele chegou à capital federal às 10h do dia 7 de janeiro. Carregava consigo apenas uma mochila. Em 8 de janeiro, acompanhou a multidão que caminhava até a Praça dos Três Poderes. Conta que foi escoltado pela Polícia Militar, “que fazia ‘joinha’ para os manifestantes”.

Ramalho conta que, de repente, houve uma confusão no local. Ficou incomodado com as bombas de gás, ouviu “um pessoal” que o chamou para abrigar-se em um lugar. Disse que não conhecia Brasília e “não sabia que se tratava do Palácio do Planalto”. Acabou preso.

Família com “ossos de vidro”

Por necessidade, Ramalho deixou de trabalhar como garçom para dedicar-se ao cuidado da família. Ele teve de trabalhar como entregador de aplicativo, por ter horários mais flexíveis. 

Sua mulher, Viviane, já teve mais de 20 fraturas; um de seus filhos, Gabriel, também teve 20 — dez foram no crânio. Seu outro filho, Miguel, teve dez.

Ramalho é o ponto de apoio de sua mãe, Noemi Aparecida Schiavi, de 50 anos, que tem um tumor cerebral operado.

Quem tem ossos de vidro precisa ser tratado por um ortopedista especializado. “Mantenho uma pasta para cada um com todo o histórico das fraturas”, disse Ramalho, conforme publicou o site bureaucom. “São cheias de laudos e não dá para ser diferente.”

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Fonte: Revista Oeste


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