STF começa a votar ampliação do próprio poder para julgar autoridades

O foro especial.

O julgamento será realizado de forma virtual e se estenderá até 8 de abril. Durante esse período, os ministros devem registrar seus votos no sistema interno da Corte. Caso algum magistrado solicite destaque, a discussão será transferida para o plenário físico.

O ministro Gilmar Mendes, relator da ação, já deu voto favorável à medida. Segundo informações publicadas no jornal Folha de S. Paulo nesta sexta-feira, Mendes afirmou acreditar que “a competência dos Tribunais para julgamento de crimes funcionais prevalece mesmo após a cessação das funções públicas, por qualquer causa”.

No voto, ele defendeu a aplicação imediata da nova interpretação de aplicação de foro privilegiado aos processo em curso, “com a ressalva de todos os atos praticados pelo STF e pelos demais Juízos com base na jurisprudência anterior”.

Uma ala do tribunal propõe alterar as normas estabelecidas há quase seis anos, quando o tribunal limitou sua competência para examinar processos criminais envolvendo parlamentares e membros do alto escalão do governo federal.

Em 2018, em meio às investigações da Lava Jato e ao aumento no número de processos criminais em andamento no Supremo, a corte determinou que somente crimes cometidos durante o mandato e relacionados ao exercício do cargo seriam de sua competência.

Julgamento do STF ocorre em meio a casos recentes envolvendo foro privilegiado

A votação na Corte coincide com o julgamento de várias pessoas que não possuem cargos sujeitos a foro especial, devido às investigações relacionadas aos eventos de 8 de janeiro.

Outro evento público com relevância para o tema é a recente prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ), ocorrida no último domingo 24. Na época do crime, Brazão era vereador, o que, teoricamente, poderia questionar a jurisdição do Supremo sobre o caso.

O julgamento será realizado porque o ministro relator, Gilmar Mendes, encaminhou para o plenário um habeas corpus do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA). Ele solicitou que uma investigação sobre a suposta prática de “rachadinha” durante seu mandato como deputado federal seja encaminhada ao tribunal.

Atualmente, o processo está em tramitação na Justiça Federal de Brasília, em primeira instância. O parlamentar argumenta que nunca deixou de ocupar um cargo eletivo e apenas mudou de função — ele foi deputado de 2007 a 2014, vice-governador do Pará de 2015 a 2018 e é senador desde 2019.

+ Leia mais notícias de Política em Oeste

Ajude a manter online o Litoral Hoje fazendo uma pequena doação por PIX. Utilize a chave PIX CNPJ 45.315.952/0001-32. Ou deposite na conta: Banco Original – 212 – Agência 0001 – Conta 7296983-0. Agradecemos a sua colaboração.

Fonte: Revista Oeste


Você pode gostar também de