O Ministério Público de São Paulo apura irregularidades na Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho (FAVC), mantenedora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa.
A investigação começou em março do ano passado, depois de o presidente do conselho curador da FAVC, ex-deputado estadual Tonico Ramos, se tornar alvo de denúncias por ingerência.
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O MP investiga se Tonico Ramos usou o cartão corporativo para bancar jantares luxuosos em sua residência; utilizou funcionários da fundação para fins pessoais; aparelhou os conselhos que administram a FAVC; e usou recursos da entidade para beneficiar aliados.
A promotora Mariângela Balduíno deu um prazo de 20 dias ao presidente do conselho curador para se manifestar sobre as denúncias.
O que alega Tonico Ramos, sobre a crise na Faculdade da Santa Casa
Ao ser interpelado sobre o uso do cartão corporativo, o ex-deputado alegou que os jantares serviam aos interesses da FAVC. Nas administrações anteriores, os presidentes do conselho curador não tinham o mesmo direito.
Em relação à denúncia sobre o uso de funcionários da fundação para fins pessoais, Tonico Ramos disse apenas que chamou um profissional da FAVC para consertar a bomba de uma fonte de água de sua residência.
A denúncia sobre o uso de recursos da fundação para beneficiar aliados se mostrou verdadeira. Nas eleições de 2022, por exemplo, Tonico Ramos permitiu o uso das máquinas da fundação para imprimir “santinhos” dos candidatos a deputado estadual George Vatutin (MDB-SP) e Walter Vicioni Gonçalves (MDB-SP), que também é membro do conselho curador. As impressões custaram R$ 2,8 mil. Tonico Ramos alega que os valores retornaram aos cofres da fundação.
No ano passado, Tonico Ramos autorizou a FAVC a comprar um imóvel de R$ 50 milhões, na região da Santa Cecília. Em denúncia ao MP, ex-dirigentes da fundação alegam que o ex-deputado não consultou o conselho fiscal.
Fonte: Revista Oeste