Análise de um fenômeno eleitoral. Mais votos, menos votos… bem me quer, mal me quer

Poderia começar uma análise pelo espectro do que representou o presidente brasileiro nestas eleições. Candidato à reeleição, Jair Bolsonaro elegeu governadores, senadores, deputados federais e estaduais. Humilhou aqueles que o traíram, que vomitavam arrogância, e não se elegeram. Desqualificou e derrubou empresas de pesquisas e colocou a imprensa suja de joelhos.

Mas vou caminhar por outro foco. Vou tentar uma análise fria sobre os resultados das eleições neste 1º turno aqui no Brasil. Temos tantas evidências sobre as anormalidades do sistema eleitoral, que resolvi balizar esta minha análise nos números divulgados pelo TSE.

Por mais esforço que eu faça, não chego a uma conclusão para acreditar que tudo não passa de “coisa” da minha cabeça.

Vou ficar nos números de São Paulo e Minas Gerais, os dois maiores colégios eleitorais do país.

Olha só:

*São Paulo

Eleição para governador do estado:

TARCÍSIO GOMES DE FREITAS – 9.881.995 votos;

FERNANDO HADDAD – 8.337.139 votos;

RODRIGO GARCIA – 4.296.293 votos.

Considerando que os votos do Tarcísio sejam idênticos para o presidente Bolsonaro, já entendendo que pode ser um pouco para cima ou um pouco para baixo, mas com a certeza de que aquele que vota Tarcísio, não vota no Lula, e que podemos considerar que quem vota no Rodrigo Garcia também não votaria no Lula, chego aos seguintes números: O número de votos do Tarcísio mais o de Rodrigo somam 14.178.288.

Quem votou no Haddad, logicamente votou no Lula, num total de 8.337.139, e para efeito de fechar a conta dos votos válidos, vamos migrar todos os votos dos demais concorrentes (419.923) para o petista. Total de 8.757.062.

Agora, vamos aos votos presidenciais:

JAIR MESSIAS BOLSONARO – 12.239.989 votos;

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – 10.490.032 votos.

Logo, Bolsonaro teve 1.938.299 votos a menos do que a soma dos votos de quem entendemos não votar no PT. Por outro lado, Lula teve 1.732.970 votos além da soma registrada para Haddad e os demais. Isso sem contar a grande votação para o senado do ex-ministro Marcos Pontes (10.714.913 votos – mais votos do que o petista para a presidência) e de 3 conservadores dos quatro mais votados para a Câmara dos Deputados (mais de 2.400 mil votos).

Certamente, há quem pense diferente do que eu penso com relação aos votos do Rodrigo, mas isso nós poderemos constatar no 2º turno.

Vamos ver o caso mineiro.

*Minas Gerais:

Eleição para governador do estado:

ROMEU ZEMA – 6.094.136 votos;

ALEXANDRE KALIL – 3.805.182 votos;

CARLOS VIANA – 783.800 votos.

Aqui, são favas contadas. Quem vota em Zema e no Viana, de maneira alguma votaria em Lula, então, temos a soma de 6.177.936 votos.

Já os votos de Kalil somados a de todos os outros candidatos, nós teremos 3.968.030 votos.

Já nos votos à presidência…

JAIR BOLSONARO – 5.239.264 votos;

LULA – 5.802.571 votos.

Jair Bolsonaro tem 938.672 votos a menos que a soma do Zema e do Viana. Já o petista tem 1.834.541 votos a mais da soma do Kalil e dos demais concorrentes. E assim como em São Paulo, Minas Gerais também apresentou números expressivos na votação de Cleitinho para o senado (4.268.193 votos), do deputado federal mais votado Brasil, Nikolas Ferreira (1.492.047 votos) e do recordista mineiro para vaga de deputado federal, o reeleito Bruno Engler (637.412 votos).

Tem um detalhe interessante aqui em Minas Gerais. Os percentuais no Brasil e no estado são muito parecidos – No Brasil, Lula, 48,43 / Bolsonaro, 43,20%. Em Minas Gerais, Lula, 48,29% / Bolsonaro, 43,60%. É o estado se confirmando como ponto decisivo para as eleições presidenciais?

Esse fenômeno ocorreu por muitos estados do Brasil, mas fiquei até com medo de fazer esse levantamento e encontrar casos mais escabrosos ainda. Ficamos assim… Eu não sei nada de matemática, não entendo de política ou, então, os eleitores andam com a vó atrás do toco, como nós mineiros falamos.

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Fonte: Jornal da Cidade


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