Comissão do Senado debate Twitter Files e ouve jornalistas

Nesta quinta-feira (11), a Comissão de Comunicação e Direito Digital do Senado ouviu o jornalista norte-americano Michael Shellenberger e o jornalista brasileiro David Ágape, autores de uma série de reportagens sobre a suposta interferência do poder Judiciário nas postagens do X. Chamadas de Twitter Files, as investigações se tornaram um dos assuntos mais comentados no Brasil e também no exterior.

Ágape foi o primeiro a discursar, explicando que o controle imposto ao microblog não vem apenas do Judiciário, mas também de outras instituições que tentam influenciar o debate nas redes sociais.

– Não é um discurso de esquerda e direita, até porque, em um futuro próximo, as mesmas pessoas que hoje defendem a censura, podem ser vítimas delas – disse o jornalista investigativo, alertando ainda que a censura nunca é apresentada com este nome para a sociedade, sendo chamada de combate à fake news, discurso de ódio ou combate a obscenidades.

Shellenberger falou sobre uma entrevista que fez com o presidente Lula (PT) na década de1990 e que, na época, o político se posicionou contrário à censura. Hoje, porém, o jornalista teme que o Brasil esteja vivendo uma censura.

Outro ponto interessante do discurso, é que ele tem investigado os arquivos do Twitter há um ano e meio, mas que não tinha procurado nada sobre o Brasil até receber o contato de David Ágape e Eli Vieira.

Os documentos do Twitter Files Brasil revelaram que o Brasil está envolvido em um “caso de ampla repressão da liberdade de expressão”, que é liderado pelo ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Os jornalistas também trouxeram à tona várias informações de que o TSE chegou a contar com ajuda do serviço de inteligência e segurança dos Estados Unidos (FBI) e de policiais brasileiros para atuar na regulação de conteúdos veiculados nas redes sociais durante as eleições de 2022.

Em mais de quatro horas de conversa, os senadores e deputados federais puderam questionar os jornalistas sobre as investigações feitas e mostraram as questões legais que envolvem o assunto, como a defesa das garantias fundamentais, a liberdade de expressão e censura.

Assista:

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Fonte: Pleno.News


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