Após desculpas, Doria aponta Lula como “pacificador do Brasil”

O ex-governador de São Paulo João Doria afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode ser “o grande agente pacificador do Brasil” e que o apoio prestado a Jair Bolsonaro (PL) em 2018 foi “um equívoco”. Ele pediu, pela segunda vez, desculpas ao atual presidente por críticas feitas no passado.

– Há uma pessoa no Brasil que pode reduzir sensivelmente essa visão de confronto (da polarização política) e essa postura divisória entre nós e eles, que é o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No mandato que ele tem para cumprir, nos próximos três anos e quatro meses, ele pode ser o grande agente pacificador do Brasil – disse João Doria durante uma entrevista ao Brazil Journal nesta terça-feira (3).

Fora da política institucional e desfiliado do PSDB, partido que integrou por 22 anos, o ex-governador hoje atua na iniciativa privada e na condução do Lide – grupo de empresários que periodicamente se reúne com parlamentares e governantes. Na entrevista desta terça, o ex-tucano disse que não está arrependido das suas escolhas e que vai colaborar com a política “pela via da cidadania”.

O apoio a Bolsonaro nas eleições de 2018 foi classificado pelo ex-governador como um “equívoco”. Durante a condução da pandemia, ele se opôs ao ex-presidente por causa da compra de vacinas contra a Covid-19.

– Foi um equívoco compartilhado por milhões de outros brasileiros que também acreditaram que aquele (a eleição de Bolsonaro) seria o melhor caminho. Não foi – disse Doria.

Reiterando o que já havia dito no dia 26 de setembro, Doria pediu desculpas a Lula por tê-lo criticado.

– Isso não muda minhas convicções e opiniões. Mas em muitos momentos eu fui além da linha do razoável de manifestação e já pedi desculpas, inclusive publicamente por isso. Em alguns momentos, minha verbalização foi inadequada, imprópria – afirmou.

Em 2019, quando saiu da Prefeitura de São Paulo para concorrer ao governo do estado, Doria comemorou a prisão de Lula. Na época, ele disse que o ato “lavava a alma dos bons brasileiros, daquelas pessoas que sabem o valor da Justiça e sabem também das mentiras que Luiz Inácio Lula da Silva colocou, pregou e propagou pelo Brasil”.

No mesmo ano, a Justiça determinou que o petista fosse transferido ao presídio de Tremembé, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) revogou a decisão. No entanto, enquanto ela ainda estava vigente, Doria disse que Lula seria “tratado como os outros presidiários” e que ia “fazer algo que jamais fez na vida: trabalhar”.

Desde o começo da terceira gestão de Lula na Presidência, Doria tem adotado um tom mais ameno em relação ao antigo adversário político. Em março deste ano, durante o lançamento de seu livro, o ex-governador elogiou a administração do petista e ofereceu sua ajuda.

– Tudo que eu puder fazer para ajudar o presidente Lula eu farei. Não há nenhum ressentimento, nenhuma mágoa e nada que me impeça de ajudar, seja individualmente, coletivamente, através do Lide ou das relações que cultivei na atividade empresarial no Brasil e fora.

Em 2022, a intenção de Doria era se candidatar à Presidência pelo PSDB. Ele venceu as prévias do partido, mas não obteve apoio da cúpula da legenda, o que motivou a sua desistência do pleito. A sigla apoiou o nome de Simone Tebet (MDB), hoje ministra do Planejamento de Lula.

*AE

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Fonte: Pleno.News


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