O advogado Paulo Faria pediu, nesta sexta-feira, 19, o impeachment do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti. O pedido foi feito no Conselho Federal da instituição, em Brasília.
+ Leia mais notícias de Política em Oeste
Faria apontou algumas razões para fazer o pedido. A primeira, de acordo com ele, é que “a OAB apoiou e participou do Centro Integrado de Enfrentamento à Desinformação e Defesa da Democracia (Ciedde)”.
O Ciedde é um órgão criado pelo ministro Alexandre de Moraes, integrante do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, para monitorar as redes sociais e identificar publicações que para ele sejam “irregulares”.
Depois disso, o magistrado faz sua avaliação. Se para ele a postagem tiver cunho “golpista”, a determinação é que seja retirada do ar “com urgência”. Segundo Faria, o conselho foi “criado para institucionalizar a censura nas redes sociais”.
A segunda razão, conforme o advogado, é que os documentos divulgados pelo Comitê da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos revelam que Simonetti teria pedido a Moraes para que advogados fossem incluídos nas investigações.
Leia mais: “Moraes: ‘Vou me autoprocessar por bullying‘”
“O presidente da OAB entregou colegas advogados para o Alexandre de Moraes”, afirmou Faria. “Isso é inadmissível. Ele violou a finalidade da OAB que é de proteger, e não entregar advogados aos desmandos do ministro.”
O advogado afirmou que o pedido de impeachment do presidente da OAB é baseado nos “princípios da administração pública”
Faria afirmou que o pedido de impeachment de Simonetti é baseado nos “princípios da administração pública”. Além disso, de acordo com o advogado, o trâmite “está de acordo com o Estatuto da OAB, com o Código de Ética e Disciplina, e com o Regulamento Geral do órgão”.
“Pedi a renúncia de Beto Simonetti, uma saída digna para preservar o mínimo de coerência com a advocacia”, concluiu Faria.
Fonte: Revista Oeste