Paes repete Macron e promete ‘dificultar a vida’ de quem não tomou vacina

Inspirado pelo presidente da França, Emmanuel Macron, que admitiu querer “irritar” as pessoas que decidiram não se vacinar contra a covid-19, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), voltou a defender nesta sexta-feira, 7, o chamado “passaporte da vacina”.

Paes repetiu as declarações de Macron e disse que o objetivo é “dificultar a vida” daqueles que não se imunizaram contra a doença causada pelo novo coronavírus.

“Eu estou aqui com o passaporte da vacinação, literalmente, para dificultar a vida daqueles que não creem na ciência, não creem na vacina, e para proteger os outros”, afirmou o prefeito do Rio. “O direito à vida está acima das liberdades de delirar. Vamos sempre exigir o passaporte da vacinação em eventos.”

O chefe do Executivo municipal classificou o passaporte da vacina como “libertador”. “Nós temos muito orgulho de ter o passaporte da vacinação aqui. Eu vou usar uma expressão que o presidente francês usou, que o prefeito de Nova York usou em algum momento: o passaporte de vacinação é libertador. É ele que permite que tenhamos uma certa flexibilidade nas coisas”, disse Paes.

Vacinados também transmitem covid

Apesar da “cruzada” de prefeitos e governadores pela obrigatoriedade do passaporte da vacina, os governantes parecem esquecer que vacinados também transmitem o coronavírus. Ou seja: o fato de terem sido imunizados não garante que não estejam infectados e que não possam infectar outras pessoas.

A constatação está em um artigo publicado pela revista científica The Lancet, em novembro do ano passado. Segundo a pesquisa, esperava-se que as altas taxas de vacinação reduzissem a transmissão do vírus — diminuindo o número de fontes possíveis de transmissão, além do potencial da doença.

Na Alemanha, a taxa de casos sintomáticos da covid-19 entre os totalmente vacinados (“infecções invasivas”) é relatada semanalmente desde 21 de julho de 2021, e era de 16,9% na época entre pacientes com 60 anos ou mais.

“Essa proporção está aumentando e já era de 58,9% em 27 de outubro de 2021, fornecendo evidências claras da crescente relevância dos totalmente vacinados como possível fonte de transmissão”, ressaltou a The Lancet.

O artigo da revista advertiu: “Muitos tomadores de decisão assumem que os vacinados podem ser excluídos como fonte de transmissão. Parece ser uma negligência grosseira ignorar a população vacinada como uma possível e relevante fonte de transmissão ao decidir sobre medidas de controle de saúde pública”.


Fonte: Revista Oeste


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