‘A liberdade veio para ficar’

A advogada e consultora empresarial Carolina Antunes destaca, em seu perfil no Instagram, que trabalha pela liberdade e aprende muito com ela. Mais do que ser uma frase de efeito nas redes sociais, Carol, como a mineira de Belo Horizonte é chamada por colegas, faz tal afirmação valer na prática. Em 2011, ela fez parte do time que fundou o Instituto de Formação de Líderes (IFL) de Belo Horizonte. O projeto cresceu, passou a contar com unidades correlatas em outras cidades brasileiras e, desde 2018 tem uma espécie de hub, o IFL Brasil, que também tem Carol como uma de suas idealizadoras e mentoras.

Com mais de uma década de dedicação à formação de líderes, Carol fala da importância de se promover eventos voltados à promoção dos ideais liberais, como o 10º Fórum Liberdade e Democracia, que foi realizado em outubro em São Paulo e contou com apoio de mídia da Revista Oeste. Além disso, ela registra o seu temor com o que a esquerda é capaz de fazer uma vez estando no poder — seja no Brasil ou em algum outro lugar do mundo.

E sobre isso, ela conversou com Oeste. Abaixo, os principais trechos da entrevista, na qual ela enfatizou: no que depender do IFL, a liberdade veio para ficar no Brasil.

Como funciona o trabalho do IFL Brasil? Como se dá a criação das unidades e quais as ações para se promover eventos tais quais o 10º Fórum Liberdade e Democracia, do instituto em São Paulo?

O IFL Brasil tem como função, de alguma maneira, promover a abertura de institutos no país todo. A gente tem esse fórum em Belo Horizonte, Vitória e Curitiba. A evolução que a gente percebe com tantos eventos pelo Brasil, e há tantos anos, é que estamos ficando cada vez mais qualificados, mais jovens. E isso nos dá uma força muito grande, até porque temos parcerias com escolas públicas, outros institutos e ONGs que trabalham com o jovem aprendiz. Vemos que há o impacto social nisso, em não fechar os olhos para o social, para a comunidade.

De quais formas se dão essas parcerias, sobretudo com escolas públicas? Como as ideias em favor do liberalismo econômico são recebidas nesse tipo de ambiente?

Em 2016, quando o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), perdeu a reeleição na disputa pela Prefeitura de São Paulo, uma pesquisa indicou o que o paulistano queria liberdade. Liberdade para trabalhar, empreender e estudar em bons lugares — e sem ter de pagar mais impostos para isso. Quando a gente fala que vai chamar pessoas para levar a ideia de liberdade, elas já têm essa ideia. São pessoas que, mesmo sem saber a nomenclatura, já são liberais. Tem sido muito gostosa essa caminhada de abertura, inclusive em escolas públicas, para ligar essas pessoas à verdadeira turma delas. A turma que gosta de trabalhar, que deseja melhorar de vida, que não fica parada esperando alguém aparecer com um programa de assistencialismo.

Sobre assistencialismo: qual a sua visão a respeito de programas sociais como o Bolsa Família, do governo federal?

Acredito que temos que ajudar quem precisa. Num primeiro momento, o Bolsa Família tinha seu valor. Mas precisávamos contar com uma maneira de sair dele. Não faz sentido até hoje vermos o aumento de beneficiários desse tipo de programa.

Voltando à questão de alcançar mais pessoas para a formação de turmas em favor da liberdade. Como se dá o trabalho de comunicação do IFL para, cada vez mais, ampliar o público impactado pelas mensagens e pelos projetos?

Isso é um ponto muito importante. Para nós, a comunicação nas chamadas mídias tradicionais quase não existe. Percebemos que muita gente do setor não quer que certos padrões sejam rompidos. Por isso, parcerias com a Revista Oeste e outros projetos que defendam a liberdade são importantes. Além das ações pelas redes sociais, pelo WhatsApp e por meio da divulgação dos eventos que realizamos.

E em caso de essas ações não conseguirem alcançar o número necessário de pessoas?

Essas ações que realizamos em prol da liberdade são transformadoras. Cada vez mais, acredito que elas podem transformar até mesmo uma nação. Isso para o bem ou para o mal. É o que a gente vê neste momento em Israel, com gente defendendo os terroristas do Hamas. É o que vemos na América Latina. No IFL, somos parte de uma rede que tenta segurar os valores de liberdade do nosso país, principalmente para que a gente não vire uma Venezuela, nem uma Argentina.

Mas com a volta da esquerda ao poder, há, em sua visão, algum risco de o Brasil caminhar para ter os mesmos problemas socioeconômicos que Argentina e Venezuela?

O risco está aí, só não vê quem não quer. O risco está o tempo todo. Em relação à Venezuela, não acredito tanto. Mas para sermos iguais à Argentina, basta alguns passos em determinada direção. Por aqui, já vemos cerceamento da liberdade, censura. Há aumento de carga tributária, descontrole de gastos por parte do governo federal, diminuição do poder de consumo. E ai do cidadão comum, pois corre o risco de ir preso se reclamar de tudo isso. Veja um exemplo recente: um brasileiro reclamar que determinada autoridade estava furando fila num aeroporto já virou ameaça, caso de investigação, possibilidade de prisão. Para mim, as tentativas de virarmos uma Argentina são claras.

Diante desse risco, o que o IFL e os demais defensores da liberdade devem fazer?

Para isso não acontecer, a gente não pode ficar sentado no sofá esperando. Assim, teremos uma economia ainda mais dilacerada por um governo que se mostra cada vez mais intervencionista e que demonstra querer tirar a nossa liberdade. E vemos pessoas dizendo que irão sair do país se isso acontecer. Mas isso é só para uma parcela da sociedade, que tem condições financeiras de se mudar para o exterior quando bem entender. Para mantermos os princípios da liberdade no Brasil, há só um caminho: acordar! E é para acordar agora. Caso contrário, podemos não ter mais jeito.

Depois de toda essa turma acordar, quais serão os próximos passos em defesa dos valores liberais no Brasil?

Continuaremos vigilantes. A liberdade demanda vigilância o tempo todo. Não vai haver chance de não estarmos vigilantes, tenha certeza disso. Somos e seremos resistentes. Vamos continuar a realizar eventos e fóruns para promover a liberdade em São Paulo e em outras cidades do país. Seguiremos a levar as ideias de liberdade ao máximo de pessoas que pudermos. Com tudo isso, posso garantir: o balanço geral que a gente faz dessa jornada até aqui é positivo. Acreditem, no que depender do IFL, a liberdade veio para ficar — e ela virá com tudo no Brasil.

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Fonte: Revista Oeste


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