Obrigado pela presença, Dino. É sempre um prazer te desmascarar. pic.twitter.com/2879XZHAs7
Durante sua participação na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse, nesta quarta-feira, 25, que os deputados da oposição “não gostam de pobre”.
Na ocasião, Dino respondia a um questionamento do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) sobre a ida do ministro ao Complexo da Maré, em março deste ano.
Na época, circulou nas redes sociais um vídeo do ministro entrando na região dominada pelo crime organizado, acompanhado de auxiliares em dois carros oficiais. Deputados da oposição acusaram Dino de entrar na Maré “sem escolta policial”.
“A polícia encontrou 47 fuzis em uma mansão na Barra da Tijuca”, disse Dino. “Não sei porque há esse preconceito abjeto contra os moradores de um bairro do Rio de Janeiro. Porque há essa ideia de quem fuzis são encontrados e ninguém diz que a Barra da Tijuca é bairro de faccionário. Por que são ricos? Assumam que não gostam de pobre, que não gostam de povo.”
Ainda durante a oitiva, Flávio Dino destacou que ingressou 15 metros no Complexo da Maré com agentes de segurança da Polícia Federal, da Polícia Militar do Rio de Janeiro, entre outros.
“É mentira que entrei na Maré sem segurança”, explicou o ministro. “Isso é algo inverídico, falso e mentiroso. Havia dezenas de policiais presentes, da PF, PM-RJ, de todas que foram avisadas. Dizem que subi o morro. Ingressei 15 metros na Maré com segurança, não sei porque insistem em mentir sobre isso. Porque não gostam de pobre.”
Considerada uma das mais perigosas áreas do Brasil, a região é dominada pelo crime organizado. Uma pesquisa realizada pela ONG local Redes Maré, entre 2018 e 2020, mostra que 63% dos moradores temem ser alvejado por balas na região.
O fato de o ministro da Justiça ter faltado em duas convocações da Comissão de Segurança Pública da Câmara fez com que alguns deputados membros do colegiado fossem à oitiva de Flávio Dino nesta manhã com indignação.
O primeiro embate se deu em virtude da segunda falta do ministro, que aconteceu na terça-feira 24. Na ocasião, o ministro alegou que sofreu “ameaças à integridade física” por parte dos parlamentares da oposição.
Hoje, o ministro disse que um tenente-coronel da PM recomendou que ele não fosse à comissão de segurança. “Foi realizada uma análise de risco”, explicou. Neste momento, o deputado federal Éder Mauro (PL-PA) interrompeu Dino, pois não gostou da resposta dele.
Em outro momento, o ministro foi responder outro questionamento do deputado Nikolas. Dino disse que o parlamentar violou o decoro.
“O senhor [Nikolas] me chamou de leviano, mentiroso, de que sou aliado de facções”, disse Dino, ao ser interrompido por deputados da oposição. “Se houver mais uma injúria, que viole o decoro, vou zelar pelo regimento da Casa.”
Fonte: TBN