Professora beija aluno do ensino fundamental e acaba demitida; Veja o que se sabe

Uma professora de artes que foi demitida após beijar um estudante, de 14 anos, do 9º ano do Ensino Fundamental de uma escola municipal em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Conforme apurado pelo g1, a docente contou sobre o beijo por mensagem de texto enviada a uma aluna. Na conversa, a educadora afirmou que queria “transar com ele”.

A docente trabalhava na escola municipal Vereador Felipe Avelino Moraes. O caso foi denunciado à diretoria pela mãe da aluna que recebeu a confissão. Quando a responsável pela adolescente abriu a conversa com a professora no WhatsApp, leu a mensagem que a educadora contava sobre a relação com o estudante, o desejo de “transar com ele” e o convite à filha dela para fumar cigarro eletrônico.

A denúncia gerou revolta em estudantes, que agrediram um aluno. Os agressores acharam, erroneamente, que o menino havia denunciado a educadora para diretoria. O garoto é o melhor amigo da aluna que trocava mensagens com a docente.

1. Professora admite ter beijado aluno

A professora de artes contou ter beijado um estudante a aluna da mesma classe do garoto. Na conversa, a docente afirmou que queria “transar com ele”. A educadora relatou ter encontrado o aluno e um amigo dele na rua. Depois, foram ao mercado e ele a levou para casa. “Me trouxeram para casa. Aí, aconteceu”.

Professora de Praia Grande (SP) confessou que beijou um aluno e que teria interesse em ter relações sexuais com ele — Foto: Reprodução

2. Estudante é convidada pela professora para fumar

Em uma das conversas entre a professora de artes e a aluna, a mulher convidou a adolescente para ir em uma adega [loja de bebidas alcoólicas] fumar cigarro eletrônico. A mãe da menina, que não será identificada, contou ao g1 que ficou indignada com a situação.

A mãe contou que não sabe quantas vezes a filha foi convidada a fumar pela professora, pois a adolescente costumava ir a praça com amigos. ”Digamos que estava aliciando a minha filha, porque na mensagem ela fala: ‘eu banco, eu compro’”.

Professora convidou adolescente para fumar cigarro eletrônico — Foto: Reprodução e arquivo pessoal

3. Mãe de aluna denuncia professora à diretoria

O caso foi denunciado pela mãe da aluna que recebeu as mensagens da professora. A mulher disse ter pedido para ver as conversas no celular da filha após ter notado uma mudança de comportamento da adolescente. Assim, ela descobriu da relação com o aluno e os convites para fumar cigarro eletrônico.

4. Professora é demitida

A mãe do melhor amigo da menina que recebeu as mensagens da professora contou à reportagem que a diretora da escola permitiu que a professora tivesse acesso ao nome da autora da denúncia, o que desencadeou as ameaças e a agressão.

Em nota, a Prefeitura de Praia Grande, por meio da Secretaria de Educação (Seduc), informou que a professora foi demitida por má conduta e afirmou que a direção da escola reportou o caso ao conselho tutelar.

5. Alunos são ameaçados

De acordo com a mãe do aluno, horas após a professora ter sido denunciada, o filho dela e a amiga foram cercados por sete alunos, sendo um deles o adolescente que teria sido beijado pela professora. A dupla conseguiu correr para dentro da escola.

Um vídeo obtido pelo g1 mostra o adolescente sendo ameaçado e agredido, dentro da sala de aula, por um colega (veja acima). O vídeo foi gravado meses antes dele ter sido espancado acusado de ter ‘dedurado’ a professora que beijou um aluno.

6. Estudante é agredido e fica internado

As ameaças viraram agressões. Três alunos bateram no adolescente, sendo um deles o que teria beijado a professora, após acharem, erroneamente, que ele teria denunciado a professora. “Quando ele chegou na esquina de casa, eles [três meninos] já estavam esperando por ele. Foi premeditado”, contou a mãe dele.

O adolescente foi jogado no chão e agredido com chutes e socos. O trio só parou de bater quando uma vizinha entrou no meio da confusão. O menino foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) com ferimentos na boca.

Três dias depois, o adolescente começou a sentir dores abdominais e foi levado pela mãe ao hospital. De acordo com a mãe do jovem, foi constatado um hematoma interno causado pelas agressões. O jovem que foi espancado recebeu alta médica após ficar cinco dias internado.

Aluno é agredido por colegas após ser acusado de denunciar professora que beijou adolescente — Foto: Reprodução

7. Saiba os crimes que podem ser atribuídos a professora

O advogado e ex-secretário nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Ariel de Castro Alves, listou quais crimes podem ser atribuídos a professora.

Estupro de vulnerável: Não corresponde. “Só se configura se ocorrer ato libidinoso ou relação sexual com menor de 14 anos, o que não teria ocorrido já que o aluno tem 14 anos”, disse o advogado.

Importunação sexual: Não corresponde. Segundo Ariel, o crime não teria ocorrido, pois houve consentimento do adolescente.

Assédio sexual: Pode ser investigado. De acordo com o especialista, a ocorrência deste crime pode ser apurada caso a mulher tenha utilizado cargo e função para assediar o aluno.

O advogado afirmou que cabe apuração de assédio sexual no âmbito administrativo, por parte da Seduc. Ele explicou que, se o estudante que começou os contatos como forma de “paquera”, o crime de assédio pode não ser configurado.

 

8. Delegado explica as linhas de investigação

O delegado titular do 3º Distrito Policial da cidade e responsável pelo caso, Rodrigo Martins Iotti, informou à reportagem que as investigações foram divididas em duas partes: a professora ter beijado o aluno e as agressões contra o estudante que os adolescentes acharam, erroneamente, que havia denunciado a educadora para diretoria.

Segundo o delegado, a professora de artes só responderá criminalmente se o estudante afirmar à Polícia Civil que foi coagido, ameaçado ou violentado. Todos os envolvidos serão intimados e devem prestar esclarecimentos na próxima semana.

Em relação às agressões contra o adolescente, um inquérito policial de ameaça e lesão corporal foi instaurado. Posteriormente, o caso será encaminhado para o MP da Infância e da Juventude.

9. Conselho Tutelar

A conselheira tutelar de Praia Grande (SP), Sueli Agrela, informou à reportagem que o caso demorou para chegar ao órgão. Mas, assim que os conselheiros tiveram conhecimento, começaram a tomar as providências.

De acordo com ela, o órgão prestará apoio psicológico aos adolescentes envolvidos e pretende promover palestras de conscientização na unidade de ensino.

10. Especialista avalia conduta da professora

A professora de artes cometeu uma série de erros sucessivos. Essa é a avaliação da escritora e doutora em Educação, Andrea Ramal. “Para onde a gente olhar, tem algum problema grave”, disse a especialista.

 

Créditos: G1.

 

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Fonte: TBN


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