Guedes, sobre inflação global: ‘Bancos Centrais estão dormindo no volante’

Ao participar de um seminário promovido nesta sexta-feira, 21, pelo Fórum Econômico Mundial, o ministro da Economia, Paulo Guedes, fez um alerta. Segundo ele, a inflação é um problema global que pode se tornar permanente caso as autoridades monetárias dos países não tomem as atitudes corretas para combatê-la.

Guedes aproveitou para elogiar o trabalho do Banco Central (BC) brasileiro, que agiu rápido e vem aumentando a taxa básica de juros da economia (Selic) para conter a pressão inflacionária.

De acordo com o IBGE, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, fechou 2021 em alta de 10,06% — maior taxa anual acumulada desde 2015. As projeções do mercado financeiro, divulgadas no último relatório do Boletim Focus, do BC, apontam para um índice próximo de 5% neste ano.

“Todo o mundo sofreu um momento dramático e todos devemos raciocinar sobre as políticas monetárias”, afirmou Guedes. “Eu não acho que a inflação é temporária. Os Bancos Centrais estão dormindo no volante. Eles deveriam estar cautelosos”, alertou o ministro.

“A inflação vai ser um problema real. No Brasil, por causa da experiência trágica com a inflação, nos mexemos rápido.”

O economista Ubiratan Jorge Iorio, colunista da Revista Oeste, concorda com Guedes. “Ele está 100% certo. Está todo  mundo dizendo que a inflação foi provocada pela pandemia, que rompeu as cadeias de produção. Isso é verdade, mas não se trata de inflação, mas de aumento de preço. Isso é transitório: quando acabar, as cadeias de produção voltam ao normal”, disse. 

Ele está 100% certo. Está todo  mundo dizendo que a inflação foi provocada pela pandemia, que rompeu as cadeias de produção. Isso é verdade, mas não se trata de inflação, mas de aumento de preço. Isso é transitório: quando acabar, as cadeias de produção voltam ao normal”, disse. 

“As pessoas ainda confundem muito aumento de preço com inflação. Aumento de preço é a consequência. A inflação é a expansão monetária”, explicou o economista. 

“As pessoas ainda confundem muito aumento de preço com inflação. Aumento de preço é a consequência. A inflação é a expansão monetária”, explicou o economista. 

Assim como Guedes, Iorio destaca a gestão do presidente do BC, Roberto Campos Neto, pelos esforços para conter a escalada da inflação nos últimos meses.

O primeiro Banco Central no mundo que se deu conta disso foi o nosso. A se manter essa política, a inflação deve cair para dentro da meta”, aposta. “A gestão do Campos Neto está sendo muito boa. Agora temos um Banco Central autônomo. Isso é a garantia de que essa política anti-inflacionária vai continuar até a inflação cair.”

O primeiro Banco Central no mundo que se deu conta disso foi o nosso.

A se manter essa política, a inflação deve cair para dentro da meta”, aposta. “

A gestão do Campos Neto está sendo muito boa. Agora temos um Banco Central autônomo. Isso é a garantia de que essa política anti-inflacionária vai continuar até a inflação cair.”

No início de dezembro, o BC anunciou a elevação da Selic de 7,75% para 9,25% ao ano. A decisão, tomada por unanimidade, já era esperada pelo mercado — foi o sétimo aumento consecutivo determinado pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Este é o maior patamar dos juros em pouco mais de quatro anos, desde julho de 2017, quando a taxa estava em 10,25% ao ano.

 7,75% para 9,25% ao ano

Veja o que disse Paulo Guedes no seminário do Fórum Econômico Mundial

‘Central banks are asleep at the wheel.’

Paulo Guedes, Minister of Economy of Brazil, on how inflation will soon become a major challenge for the Western world. @govbrazil#DavosAgenda pic.twitter.com/GMXvQLoMlI

— World Economic Forum (@wef) January 21, 2022


Fonte: Revista Oeste


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