Sessão de cinema em Santos esclarece crianças sobre abuso sexual infantil

O Cine Pipoca realizado nesta sexta-feira (27), no Projeto Tia Egle, teve como tema a Campanha Maio Laranja, organizada pela Coordenadoria de Políticas para a Infância e Juventude de Santos (Cojuv) para alertar a população sobre a importância de combater o abuso e a exploração sexual contra a criança e o adolescente. A sessão contou com 40 participantes, que depois conversaram sobre os assuntos abordados pelo curta-metragem.

“O Silêncio de Lara” foi a produção escolhida para envolver as crianças no tema. O filme conta a história de uma adolescente que sofre abusos dentro de casa desde a infância e que finalmente consegue denunciar a situação por meio do Disk 100, um contato real para denúncias. A assistente social Suzana Rosário, da Cojuv, esteve presente para prestar orientações caso algum dos adolescentes identificasse uma situação parecida acontecendo consigo.

“É um momento lúdico que a gente usa para pontuar coisas importantes contidas no filme a que eles assistiram. Perguntamos o que eles acharam, informamos quais são os canais de denúncia e para quem pedir ajuda nessa situação, além de explicarmos no que, de fato, consiste a violência e o abuso, porque tanto as crianças quanto os adolescentes tendem a confundir as coisas”, explicou a sexóloga e educadora Christiane Andréa, também da Cojuv.

NÃO SÃO MIL MARAVILHAS

Uma das espectadoras era a adolescente Manuela Pessoa, 13 anos, que frequenta a instituição desde os nove. Ela considera que o assunto complementa um dos momentos mais divertidos da rotina na entidade: quando se reúne com os colegas para ver um filme e comer pipoca. “O tema é interessante porque nos prepara para o mundo, nos ajuda a ter certeza se alguém mexeu ou não com a gente. Acho que dessa forma todos aprendem que o mundo não é feito de mil maravilhas e isso, de certa forma, nos melhora como pessoas”.

A presidente da instituição, Egle Rodrigues Pereira, destacou a importância da campanha para as crianças da comunidade. “O Projeto Tia Egle também tem esse papel de preparar. Educar através da cultura e da arte é uma forma muito lúdica e rápida, porque eles se sentem mais à vontade com o tema. Muitas crianças têm dificuldade de saber o que é um abuso e o que não é e essas palestras são muito esclarecedoras”.