Legado e homenagem a Zumbi marcam Dia da Consciência Negra

Ancestralidade, tolerância e combate ao racismo foram temas do evento
O conceito de consciência negra acompanha a vida do universitário Malcolm Freire Rodrigues, morador da Vila Edna, desde o início. Filho de professores, o jovem carrega na Certidão de Nascimento a homenagem a Malcolm X, ativista negro norte-americano. O guarujaense Malcolm é capoeirista e participou do ato dedicado a Zumbi dos Palmares, realizado pela Prefeitura de Guarujá. O evento ocorreu na Praia da Enseada, no sábado (20), no busto que leva o nome do herói nacional e líder do maior quilombo do Brasil.
A solenidade, realizada no feriado municipal pelo Dia da Consciência Negra – 20 de novembro – foi marcada pela deposição de flores no busto de Zumbi, assassinado no Quilombo dos Palmares, onde atualmente é o estado de Alagoas, em 20 de novembro de 1695. A cerimônia foi realizada por yalorixás das religiões de matrizes africanas (candomblé e umbanda) e o Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra.
O evento foi o ponto alto da programação da Semana da Igualdade Racial, promovida pela Prefeitura e o Conselho Municipal. A programação é conduzida pela Assessoria de Políticas Públicas da Secretaria Municipal de Comunicação e Relações Sociais (Seres), com apoio das secretarias de Cultura e Educação.
Legado e ancestralidade
Único negro de uma classe de 40 alunos no curso universitário Ciências da Computação, Malcolm integra o Centro Cultural Herança de Palmares – Omo Oba Zumbi e a Associação Cultural Afro Ketu. Ele reflete sobre a data. “Desde pequeno os meus pais me falam sobre a escolha do meu nome e assim que tive entendimento li a autobiografia do Malcolm X. Eles me ensinaram a valorizar a cultura negra e também aprendi muito com o mestre Rafael”, relata.
Fundador do Afro Ketu, presidente do Conselho Municipal da Comunidade Negra e assessor de Políticas Públicas de Juventude na Prefeitura, o mestre de capoeira Rafael Rodrigues faleceu ao salvar vizinhos do deslizamento do Morro do Macaco Molhado, nas chuvas de março do ano passado. O legado de ancestrais como Rafael, Malcolm X e Zumbi, além de seus pais, contribuíram para a formação do santamarense Malcolm, futuro cientista da computação.
A valorização da ancestralidade, centrada em Zumbi, mas também fazendo referências aos capoeiristas que fizeram história na Cidade, como o próprio Rafael e mestres Sombra e Sombrinha, foi abordada em todos os discursos.
A vice-prefeita, o secretário adjunto de Comunicação e Relações Sociais; os assessores de Políticas Públicas de Igualdade Racial e de Mulheres da Prefeitura; a presidente do Conselho Municipal da Comunidade Negra, o coordenad de Educação da União de Negros pela Igualdade (Unegro) na Baixada Santista, Adriano Gonzaga e outros participantes defenderam a importância da data e suas celebrações públicas como ponto de reflexão para a construção de uma sociedade consciente, inclusiva, antirrascista, justa, democrática e pautada na tolerância religiosa e no respeito à diversidade.

Fonte: Prefeitura de Bertioga


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