Veto às ‘saidinhas’ de presos vai ser apreciado na próxima semana pelo Congresso

O veto parcial feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Projeto de Lei (PL) 2.253/2022, que acaba com as saídas temporárias de presos durante feriados, as chamadas “saidinhas”, entrará na pauta da sessão do Congresso Nacional que acontecerá na quarta-feira 25. A informação foi dada pelo líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), nesta quinta-feira, 18.

“Todos [os vetos]“, respondeu Randolfe ao ser questionado sobre o veto ao PL das Saidinhas na pauta. “O presidente [do Senado, Rodrigo] Pacheco já anunciou a pauta, inclusive aqueles que, eventualmente, trancariam a pauta estão para apreciação na sessão de quarta-feira, às 19h.”

Conforme o líder do governo, durante a próxima semana, ele vai procurar os demais líderes para chegar a um consenso sobre quais vetos serão incluídos na cédula de votação, que possuem acordo para derrubada ou manutenção, e quais serão apreciados separadamente, que não possuem acordo. Vetos feito pelo governo Bolsonaro também estarão na pauta, segundo Randolfe.

Na quinta-feira 11, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou o trecho do PL das Saidinhas que proibia a saída dos detentos para visitar suas respectivas famílias.

“Entendemos que a proibição da visita às famílias dos presos, que se encontram o regime semiaberto, atenta contra valores fundamentais da Constituição, o princípio da dignidade da pessoa humana e individual”, disse Lewandowski.

Horas antes do anúncio de Lewandowski, Pacheco sinalizou que o Congresso não concordaria com um eventual veto sobre o tema.

“Há uma opção do Congresso Nacional relativamente a essas saídas temporárias, que é um instituto que deve ser restringido, especialmente para aquelas situações em que isso gere algum tipo de incapacidade para a ressocialização do preso”, disse Pacheco. “Não pode ser algo banalizado, que todos aqueles tenham acesso, porque de fato é muito recorrente a reincidência de crimes por aqueles que estão em saída temporária.”

Como mostrou Oeste, líderes partidários e o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, deputado federal licenciado Guilherme Derrite (PL-SP), articulam a derrubada do veto.

O que prevê o PL das Saidinhas

O texto ganhou força depois que o agente PM Dias levou dois tiros na cabeça durante uma perseguição no bairro Aarão Reis, na zona norte de Belo Horizonte (MG). Dias morreu.

A proposta mantém a saída temporária apenas aos presos em regime semiaberto que usem o benefício para realizar um curso supletivo profissionalizante ou de instrução do ensino médio ou superior.

“Nesse caso, o tempo de saída será o necessário para o cumprimento das atividades discentes’”, continuou o relatório. “Além disso, propõe que esse benefício, bem como o trabalho externo sem vigilância direta’, não seja concedido ao condenado que cumpre pena por praticar crime hediondo ou com violência, ou grave ameaça contra pessoa.”

A legislação brasileira, atualmente, já nega a “saidinha” a condenados por crimes hediondos com morte como resultado. O texto aprovado busca aumentar essa restrição aos casos de crimes cometidos com violência ou grave ameaça.

O PL das Saidinhas também prevê o exame criminológico, que alcança questões de ordem psicológicas e psiquiátricas, como requisito para a progressão de regime.

As “saidinhas” são concedidas pela Justiça a presos do sistema semiaberto que já cumpriram pelo menos um sexto da pena, no caso de réu primário, e um quarto da pena, em caso de reincidência, entre outros requisitos.

Ajude a manter online o Litoral Hoje fazendo uma pequena doação por PIX. Utilize a chave PIX CNPJ 45.315.952/0001-32. Ou deposite na conta: Banco Original – 212 – Agência 0001 – Conta 7296983-0. Agradecemos a sua colaboração.

Fonte: Revista Oeste


Você pode gostar também de