Há mais de 20 dias do início do escândalo do “Twitter Files”, o empresário sul-africano Elon Musk, dono da rede social X, aparece ganhando a batalha da imagem digital contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Segundo um estudo realizado pela professora Lilian Carvalho, coordenadora do Centro de Estudos em Marketing Digital da FGV/EAESP, Musk teria 45% das menções positivas, contra 59% das críticas recebidas por Moraes.
O Twitter Files começou no dia 6 de abril, quando Musk publicou posts no X denunciando a atuação ilegal do ministro Moraes, que teria ordenado a censura de perfis e o cancelamento de mensagens sem base jurídica. Chegando a ameaçar funcionários da rede social de prisão caso descumprissem as ordens.
De acordo com o levantamento da FGV, nos últimos 7 dias Musk recebeu mais de 97 mil menções, com um pico registrado no dia 21 de abril.
Saiba mais: Twitter Files Brasil vira assunto da AGU no STF
Dessas, 45% são consideradas positivas, o que reflete uma aprovação significativa de sua atuação no caso e, possivelmente, de sua gestão à frente do X.
Por outro lado, no mesmo período Alexandre de Moraes recebeu mais de 30 mil menções, com um pico no dia 20 de abril, e uma predominância de menções negativas que alcançaram 59%.
Saiba mais: Elon Musk responde a pedido para comprar a Globo
“Essa polarização de opiniões revela muito sobre o atual estado do debate público brasileiro, especialmente em questões de liberdade de expressão e regulamentação da internet”, afirma Carvalho.
Musk alvo de críticas por permitir volta de perfis bloqueados
A pesquisa mostra que as críticas relacionadas à atuação de Musk como proprietário do X se referem à permissão para que contas anteriormente banidas no Brasil, como a de Allan dos Santos, continuem a postar na rede social livremente.
Saiba mais: Elon Musk prevê sanções do governo dos EUA contra o Brasil
“Este fato é visto por muitos como um desafio direto às leis brasileiras, uma vez que o conteúdo dessas contas é acessível a usuários de outros países ou a brasileiros que utilizem VPN”, diz a professora.
Por outro lado, a professora explica que os críticos de Moraes veem suas ações como autoritárias e excedendo a sua jurisdição. Isso pois Allan dos Santos e Monark, outro alvo de Moraes, não residem mais no Brasil e seus posts são feitos de outro país e não acessíveis aos brasileiros que não se utilizam de ferramentas para, deliberadamente, acessarem estes conteúdos.
Segundo Carvalho, a popularidade e os sentimentos atrelados a Musk parecem indicar que, no momento, ele está “vencendo” essa guerra narrativa nas redes sociais.
Fonte: Revista Oeste