Polêmicas parecem não afetar desempenho de Lula nas pesquisas

As polêmicas declarações dadas por Lula (PT) desde o final de 2021 têm preocupado aliados do petista e animado seus opositores da chamada “terceira via”. Essas “derrapadas”, porém, não afetaram até agora o desempenho do ex-presidente nas pesquisas de intenção de voto ao Palácio do Planalto este ano.

Nos dois institutos que realizam levantamentos mensais sobre a corrida presidencial desde o ano passado, o Ipespe e o PoderData, o percentual de eleitores dispostos a votar em Lula não mudou significativamente após o petista tocar em temas sensíveis, como o aborto e ditaduras na América Latina.

De acordo com levantamento feito pela coluna com base nos dados das duas pesquisas, Lula tem oscilado muito pouco ou até mesmo mantido as mesmas intenções de voto que o colocam na liderança da corrida à Presidência da República deste ano.

Em 22 de novembro de 2021, por exemplo, Lula gerou polêmica ao falar sobre o cenário político na Nicarágua. Na ocasião, o petista defendeu os mandatos consecutivos de Daniel Ortega à frente daquele país e comparou o ditador com a então chanceler alemã Angela Merkel em entrevista ao El País.

Pesquisa Ipesp/XP realizada naquele período, entre 22 e 24 de novembro do ano passado, mostraram o ex-presidente da República com 42% das intenções de voto e Jair Bolsonaro (PL), seu principal adversário na disputa, com 25%. Ambos no levantamento estimulado.

Um mês antes, o mesmo instituto de pesquisa havia mostrado Lula com 42% e Bolsonaro com 28%. Em dezembro de 2021, ou seja, um mês depois da declaração polêmica, o Ipespe fez um levantamento em que o petista apareceu com 44% e Bolsonaro, com 24%.

Situação semelhante se mostra na pesquisa do PoderData. Pelo instituto, Lula tinha 35% na pesquisa feita entre os dias 25 e 27 de outubro. No mês seguinte, após a fala em defesa do ditador da Nicarágua, oscilou para 34%. E chegou a 40% no levantamento feito em dezembro.

Em 2022, a tendência se repete. Em 28 de março, Lula apareceu com um relógio de luxo que custa R$ 80 mil. No começo de abril, deu declarações defendendo pressão da militância na casa de parlamentares. Dias depois defendeu a descriminalização do aborto no Brasil.

Apesar das posições e declarações polêmicas, o desempenho de Lula continuou estável nas pesquisas de intenção de voto. Pelo Ipespe, o petista tinha 44% das intenções de voto logo após a polêmica com o relógio, em entrevistas feitas entre os dias 2 e 5 de abril.

Em levantamento do mesmo instituto realizado entre 18 e 20 de abril, após defender que militantes pressionem parlamentares em suas residências, Lula apareceu com 45% da preferência dos entrevistados. No mesmo período, Bolsonaro passou de 30% para 31%.

Nesse intervalo, o PoderData fez feitas três pesquisas. Antes da polêmica do relógio, de 27 de fevereiro a 1º de março, o petista aparecia com 40%. Na pesquisa de 27 a 29 de março, foi para 41%. Já no levantamento de 24 a 26 de abril, após as declarações sobre o aborto, o petista manteve os 41%.

Apesar do pouco impacto que as polêmicas parecem apresentar nas pesquisas, aliados do ex-presidente já aconselham Lula a focar seus discursos públicos em temas-chave para a campanha. O foco, dizem, tem de ser na trinca emprego, comida e inflação.

A fala do ex-presidente no evento em que o Solidariedade oficializou o apoio à candidatura do petista ao Planalto, na última terça-feira (3/5), foi considerado por aliados do petista como um bom exemplo.


Fonte: Metrópoles


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