Argentina não vai “interagir” com Brasil, diz ministra cotada de Milei

Diana Mondino, economista cotada para se tornar ministra das Relações Exteriores do governo do ultraliberal Javier Milei, eleito neste domingo (19) como o próximo presidente da Argentina, disse que o país “pararia de interagir” com os governos da China e do Brasil.

A declaração teria sido feita durante entrevista de Diana à agência de notícias estatal russa RIA Novosti. Ao ser perguntada se a Argentina incentivaria as exportações e as importações com esses países, ela respondeu que não pretendia interagir com os dois países.

Em entrevista recente à agência de notícias Reuters, Mondino disse que a Argentina, sob o comando de Milei, não tinha intenção de se juntar ao grupo dos Brics, formado por Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul. A Argentina está entre os seis países convidados a se tornarem novos membros do Brics.

O agora presidente eleito da Argentina também criticou durante a campanha a China e o Brasil, que estão entre os parceiros comerciais mais importantes de seu país. Há alguns meses, Milei chegou a comparar o governo chinês a um “assassino” e disse que o povo da China “não era livre”.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, no entanto, acredita que as declarações de Mondino foram tiradas de contexto. “Mondino afirmou na entrevista que alguns no mundo interpretaram mal a política externa do presidente eleito Milei”, disse Mao, em entrevista à Reuters.

“Nenhum país poderia sair das relações diplomáticas e ainda assim ser capaz de se envolver em comércio e cooperação econômica. Seria um grande erro de política externa para a Argentina cortar os laços com países importantes como a China ou o Brasil”, afirmou Mao.

Mondino não respondeu a uma solicitação da Reuters para esclarecer seus comentários à RIA Novosti. Antes da eleição, Mondino disse que a Argentina não tinha problemas em negociar com o Brasil, e, com relação à China, Milei buscaria acabar com os acordos opacos entre Estados.

“O que não vamos fazer são contratos secretos. A Argentina, este governo, nos últimos 20 anos, teve várias negociações secretas”, declarou ela. “Isso não é normal e é o que já dissemos que não faremos.”

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Fonte: TBN


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