EUA não convidariam governo Maduro para a Cúpula das Américas ‘de jeito nenhum’

Os Estados Unidos afirmaram, nesta quinta-feira, que em hipótese alguma convidariam representantes do governo venezuelano de Nicolás Maduro para a Cúpula das Américas, marcada para o próximo mês em Los Angeles, desmentindo especulações de que isso pudesse acontecer.

— De jeito nenhum. Não o reconhecemos como um governo soberano — disse o coordenador da cúpula, Kevin O’Reilly, a uma comissão do Senado quando questionado sobre a possível participação do governo Maduro.

Questionado sobre a participação na cúpula do presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, que governa com práticas autoritárias, O’Reilly também foi categórico.

— Não — afirmou.

Os Estados Unidos consideram o governo de Maduro ilegítimo, reconhecendo desde 2019 o líder da oposição Juan Guaidó como presidente interino. Na semana passada, no entanto, os EUA retiraram algumas sanções contra a Venezuela, em busca de pontes de diálogo com o regime de Maduro.

O’Reilly foi menos contundente ao responder perguntas sobre a possível participação de representantes do governo cubano. Ele disse que a decisão cabe à Casa Branca, mas, até onde sabe, nenhum convite foi enviado ainda.

O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, anunciou na quarta-feira que “em nenhum caso” participará.

O presidente dos EUA, Joe Biden, quer que a Cúpula das Américas promova a democracia na América Latina e gere maior cooperação em questões de imigração, uma prioridade para os Estados Unidos.

No entanto, ele corre o risco de ver a cúpula esvaziada. O México, um dos dois maiores países da América Latina, indicou que boicotará a reunião se os Estados Unidos não convidarem todas as nações do hemisfério. O país foi seguido pela Bolívia. O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, disse que anunciará na sexta-feira se irá ou não a Los Angeles.

Já o presidente Jair Bolsonaro só confirmou a participação na quarta-feira, depois que Biden enviou um emissário para oferecer uma reunião bilateral entre Biden e Bolsonaro — que, até onde se sabe, nunca se falaram diretamente — com o objetivo de convencer o presidente brasileiro.

O’Reilly disse que o governo está “em diálogo constante” com o México, depois que López Obrador disse que não comparecerá “a menos que todos sejam convidados”.

— Certamente estamos conversando com o governo mexicano e todos os governos da região sobre estrutura e organização — disse O’Reilly.

O governo Biden também indicou que planeja convidar grupos da sociedade civil da América Latina para a reunião.

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Fonte: TBN


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