Fuga em Mossoró (RN): dupla ficou pelo menos um mês sem passar por revista

A dupla que fugiu da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, passou pelo menos 30 dias sem revista nas celas. A conclusão partiu da corregedoria da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), que abriu uma investigação contra dez servidores.

A secretaria, por meio de uma Investigação Preliminar Sumária (IPS), mostra que falhas de procedimentos podem ter resultado na fuga dos detentos Rogério da Silva Mendonça, o Martelo, e Deibson Cabral Nascimento, conhecido como Tatu ou Deisinho. Ambos já estão há mais de 40 dias fora da prisão.

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De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, a partir da próxima semana haverá uma mudança na estratégia de procura pelos fugitivos. O tempo de permanência da Força Nacional na cidade não será renovada. Agora, a procura partirá das forças locais e terá o auxílio de membros da Inteligência da polícia.

Falhas na Penitenciária Federal de Mossoró

Conforme a investigação, os presos fugiram por meio de um buraco na luminária de suas celas. A falta de fiscalização possibilitou que eles utilizassem uma espécie de chapa de 20 cm para abrir o buraco e deixarem o local.

Além da falta de revista, a operação registrou deficiências estruturais na penitenciária, como o uso de luminárias com parafusos inadequados e a ausência de laje no shaft (espaço da manutenção do presídio, onde estão as máquinas, as tubulações e toda a fiação).

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Câmeras de vigilância inativas e cercas elétricas danificadas também foram identificados como falhas no sistema de segurança da penitenciária.

No tempo em que estão foragidos, Martelo e Deisinho já mantiveram uma família como refém. Os presos se esconderam em uma propriedade rural e agrediram um indivíduo na zona rural de Baraúna. Os investigadores dizem acreditar que eles estejam atualmente escondidos em uma caverna na região. Um deles estaria mancando.

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A corregedoria instaurou três processos administrativos disciplinares, que envolvem dez servidores. Estes ocupavam cargos de chefia durante os 30 dias que antecederam a fuga de Mossoró.

Apesar das falhas, a investigação preliminar concluiu que não houve conivência por parte dos servidores, mas uma sequência de falhas procedimentais.

Para os investigadores, houve também uma falta de investimento ao longo do tempo na infraestrutura do presídio, que também contribuiu com a fuga. O presídio ficou durante dois anos sem contrato de manutenção, o que resultou em um aspecto deteriorado nas celas dos dois detentos.

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Fonte: Revista Oeste


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