Folha vê ‘descasos do poder público com a dengue’

O número recorde de casos de dengue no Brasil aponta para um problema que começou ainda em 2023. À época, governo Lula (PT), estados e municípios não se prepararam adequadamente para a crise, projetada em dois alertas globais divulgados pela OMS, em janeiro e em julho do ano passado. 

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A pouca ação custou a vida de 1.116 pessoas, entre 1º de janeiro e 8 de abril, ante 1.094 em todo o ano passado. Trata-se do maior indicador já registrado desde o início da série histórica, iniciada em 2000.

Em seu editorial de opinião desta quinta-feira, 2, a Folha de S. Paulo ressaltou, além destes, um outro problema provocado pelo “descaso do poder público”. É que, nas últimas semanas, vários Estados tiveram de correr para usar as vacinas contra a dengue antes da data de vencimento. 

“A movimentação de última hora das secretarias de Saúde e a possibilidade de desperdício de dinheiro público constituem mais um exemplo de atuação precária das autoridades, em todas as esferas de governo, nesta epidemia”, criticou a Folha.

Para se ter ideia do cenário, até o dia 15 de abril, das 668 mil doses que perderiam a validade, 145 mil ainda não haviam sido aplicadas em seu público-alvo, que são pessoas de 10 a 14 anos. Até 19 de abril, somente 0,2% da população brasileira estava imunizada. Para piorar, o imunizante japonês Qdenga pede aplicação de duas doses em intervalo de três meses. 

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“O Ministério da Saúde tinha o dever de agilizar a burocracia para autorizar sua aplicação pelo SUS”, avaliou a Folha.

Falta de infraestrutura

A publicação sugere que o poder público já deveria ter alocado recursos para infraestrutura material e de pessoal no sistema ambulatorial. “O risco de a dengue levar à morte é baixo, mas aumenta quando o atendimento é precário, com superlotação e falta de prioridade com casos mais graves”.

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“Esse conjunto de inações pode ter contribuído para que o Brasil quebrasse um recorde nefasto de mortes causadas pela doença”, disse o texto. “Espera-se que, com este trágico verão, os governos se preparem com mais responsabilidade para o próximo”.

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Fonte: Revista Oeste


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