Textos sobre racismo vão ser analisados pela Folha antes de publicados
A Folha de S.Paulo criou o “Comitê de Inclusão e Equidade” para analisar textos sobre racismo. Composto por 17 jornalistas da redação, o colegiado tem o objetivo de “embargar textos para poderem ser lidos por mais pessoas e aprimorados” antes da publicação. O jornal fez o anúncio na sexta-feira 13.
Segundo a Folha, a iniciativa se deu em virtude do artigo do antropólogo e escritor Antonio Risério. No texto, Risério argumenta que negros também cometem racismo contra brancos. À época, um grupo de jornalistas da redação redigiu um manifesto criticando o artigo e pedindo a cabeça do antropólogo.
“O comitê atuará dentro e fora das editorias do jornal com o objetivo de sugerir e desenvolver projetos que tornem a Folha mais inclusiva e equânime quando o assunto é raça, cor, etnia, gênero, orientação sexual, classe e pessoas com deficiência”, explicou o jornal, em seu site.
O grupo que pediu a criação do comitê admite que pressionou o diretor de redação, Sérgio Dávila, para que ele reveja a posição da Folha sobre cotas raciais. Atualmente, o jornal se manifesta contra. Dávila disse que “todas as opções estão sobre a mesa no momento”.
Integram o “Comitê de Inclusão e Equidade” 12 jornalistas negros e 5 brancos, sendo que 11 são mulheres e seis são homens, sendo um deles transgênero e uma travesti. O grupo se reúne trimestralmente com Flavia Lima, secretária-assistente de Redação e “editora de diversidade”, que encaminhará as demandas à direção.
Fonte: Revista Oeste