PUC-SP lança ‘tribunal do genocídio’ e condena Bolsonaro por ‘cinco crimes’

A PUC-SP promoveu um julgamento simulado que ficou conhecido como “tribunal do genocídio”. Realizado na quinta-feira 25, no teatro da universidade, a sessão de quase quatro horas “condenou” o presidente Jair Bolsonaro.

O chefe do Executivo teria praticado cinco crimes: violações contra a humanidade, genocídio, epidemia, infração de medida sanitária preventiva e charlatanismo. A iniciativa teve o apoio da reitoria da PUC-SP.

A organização do movimento ficou sob a responsabilidade Coletivo André Naveiro Russo. O nome se refere a um ex-professor da PUC-SP, vítima da covid-19, que teria sido salvo não fosse a culpa de Bolsonaro.

A “acusação” de genocídio contra Bolsonaro

A abertura oficial da cerimônia ficou a cargo de Kenarik Boujikian, desembargadora aposentada do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, e “juíza do tribunal do genocídio” — Kenarik já afirmou que Bolsonaro cometeu crimes contra a humanidade. Na sequência, exibiu-se um vídeo mostrando o senador Randolfe Rodrigues (Rede-PE) pedindo a condenação de Bolsonaro.

Depois, falou a ex-procuradora Déborah Duprat, responsável por “acusar” Bolsonaro na sessão — em janeiro, Duprat enviou uma denúncia contra o presidente para a Procuradoria-Geral da República por “crimes na pandemia”. A ação foi arquivada. Ao acusar Bolsonaro no “tribunal”, Duprat argumentou que o presidente é responsável pelas mortes por covid-19 no Brasil.

As razões, segundo ela: defesa do tratamento precoce, demora na compra de vacinas e alta taxa de mortalidade entre negros, indígenas e quilombolas. Duprat disse ainda que a “volta da fome” também poderia ser argumento.

A “defesa”

O advogado Fabio Tofic Simantob assentiu com a acusação. Segundo ele, não haveria meio de negar os crimes, especialmente o de infração de medidas sanitárias, no qual, disse o advogado, Bolsonaro era “réu confesso”.

“A política criminosa do governo Bolsonaro foi absolutamente democrática”, disse Simantob. “Não foi direcionada a exterminar esta ou aquela classe. Não foi uma política de discriminação racial. Foi política obscurantista.”

Simantob pediu ao júri que desse a pena justa, resguardada na legalidade. “Condenar por crime de genocídio é cometer um erro crasso, é se igualar a Sergio Moro e Dallagnol”, argumentou.

Estiveram no evento:


Fonte: Revista Oeste


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