Japão anuncia que transmitirá energia solar do espaço para a Terra já no próximo ano

O Japão avança para transmitir energia solar do espaço para a Terra já em 2025. A expectativa é que o país instale na órbita baixa da Terra um satélite que servirá como uma espécie de mini usina de energia solar. Desta forma, segundo os cientistas, a “energia solar wireless” será transmitida sem fio para o nosso planeta.

Segundo Koichi Ijichi, consultor do Instituto de pesquisa Japan Space Systems, em entrevista, será um pequeno satélite, com cerca de 180 kg, que transmitirá cerca de 1 quilowatt de potência a partir de uma altitude de 400 km.

A novidade da ‘energia solar wireless’ foi apresentada na Conferência Internacional sobre Energia do Espaço, realizada na última semana em Londres, no Reino Unido. Um quilowatt é cerca da quantidade de energia necessária para operar um eletrodoméstico por 1 hora, como uma máquina de lavar, por exemplo.

A ideia do Japão de transmitir energia solar do espaço é que as placas possam receber exposição do Sol de forma ininterrupta enquanto estão em órbita. A técnica é mais vantajosa porque os painéis podem operar 24 horas por dia no espaço, enquanto, aqui na Terra, as usinas solares ficam ociosas durante à noite, quando não há luz solar.

Desta forma, os painéis captam luz do Sol e a transformam em feixes de micro-ondas. Em seguida, o satélite transmite o feixe pelo ar para uma estação receptora na superfície do planeta. Lá, podem transformar a energia solar recebida em eletricidade.

O satélite terá um painel fotovoltaico de 2 metros quadrados para carregar a bateria e a energia acumulada será enviada para uma antena receptora em forma de micro-ondas, como citado anteriormente. Como o satélite viaja em alta velocidade, a antena precisa ser grande o suficiente para receber a energia solar wireless, algo em torno de 40 km de extensão em 5 km de largura.

O satélite do Japão faz parte de um projeto chamado OHISAMA, que significa “sol” em japonês. O projeto deve ser lançado já no próximo ano, mas, pela potência gerada, não deve se tornar comercial tão cedo. Testes de transmissão de energia sem fio já devem acontecer em dezembro deste ano, em proporções menores.

Vale mencionar que essa não é a primeira vez que um projeto de geração de energia solar se instalará no espaço. O primeiro registro disso foi em 1968, durante a missão Apollo. Contudo, na época, a técnica foi considerada impraticável por ser muito cara e demandar estruturas muito grandes.

A tecnologia do Japão para transmitir energia solar do espaço não é uma novidade. No último ano, pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos EUA, conseguiram, pela 1ª vez, transmitir energia solar do espaço para a Terra sem o uso de fios.

A transmissão de energia ocorreu por meio do sistema Microwave Array for Power-transfer Low-orbit Experiment (Maple). O mecanismo direcionou micro-ondas no espaço para um receptor no telhado do campus da universidade em Pasadena.

Além disso, em setembro, a empresa chinesa LONGi Green Energy, a maior de energia solar do mundo, lançou um projeto para instalar painéis solares no espaço. O objetivo é testar se é possível gerar energia para a Terra. Se funcionarem, painéis solares no espaço resolveriam a crescente escassez de energia na China. No passado, o país passou por uma série de apagões e fábricas precisaram cortar a produção devido a uma crise no setor.


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Fonte: Click Petróleo e Gás


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