Depois de quatro anos, Bienal Internacional do Livro acontece em São Paulo; Editora do Exército marcou presença

Milhares de pessoas, pilhas de livros, filas quilométricas e muito brilho nos olhares. Assim começou, no sábado 2, a 26° Bienal Internacional do Livro de São Paulo (SP). Depois de quatro anos, crianças, jovens e adultos se reuniram para celebrar o amor pela leitura.

“É uma experiência muito boa, principalmente para quem gosta de ler”, disse a publicitária Thais Roberta, 41 anos. Thais veio de São Roque, região metropolitana de Sorocaba, e essa é a primeira vez que ela visita a bienal. “O maior diferencial é a diversidade de livros que encontramos aqui. Tem muita coisa.”

Nesta edição, o evento acontece na Expo Center Norte, zona Norte de SP. A fim de celebrar os 200 anos da independência do Brasil, a bienal tem Portugal como convidado de honra. São mais de 1,3 mil horas de programação cultural, 500 atrações, 185 expositores, 300 autores nacionais e internacionais e oito espaços culturais.

De acordo com a organização do evento, era esperada a venda de 600 mil ingressos. Contudo, até o momento, mais de 1 milhão de entradas foram vendidas. O evento, que acontece até o sábado 10, confirmou a presença do escritor português Valter Hugo Mãe e da primeira autora africana ganhadora do Prêmio Camões, Paulina Chiziane. A bienal também vai trazer outros 21 autores dos países de língua portuguesa.

Além disso, a estreia do evento foi marcada pela presença ilustre de Maurício de Souza, o “pai” de A Turma da Mônica. Outros autores nacionais como: Babi Dewet, Paula Pimenta, Thalita Rebouças e Bruna Vieira também estavam presentes no evento.

E não é só a Thais quem veio pela primeira vez na bienal.  O gerente financeiro Leandro Alvares, 39 anos, pai de duas meninas (3 e 5 anos) estava encantado com os gibis de A Turma da Mônica. “Quero que minhas filhas despertem o desejo pela leitura”, explicou. “Isso é o que faz o ser humano desenvolver ideias.”

Biblioteca do exército

Engana-se quem pensa que o exército lida somente com as munições. A Biblioteca do Exército (Bibliex) é uma editora de livros do exército brasileiro que marcou presença na bienal. Os títulos vão desde história geral até análises de guerras.

“A editora do exército brasileiro existe desde 1934”, disse o tenente coronel Daniel Leite, 46 anos, subdiretor da Bibliex. “Nossos livros não são apenas sobre temáticas militares. Temos geopolítica, história do Brasil, militar e contemporânea.”

O tenente também explica que qualquer brasileiro pode ter um livro publicado pela Bibliex, de graça. Basta acessar o site da editora e enviar o material que, mais tarde, será submetido à aprovação. “Recebemos muitos visitantes que não sabiam da existência da editora do exército”, afirmou.

Literatura de cordel

A bienal também possui uma área dedicada exclusivamente à cultura nordestina. Trata-se do Espaço Cordel e Repente, organizado pela editora cearense Imeph. Além disso, a programação também inclui exposições artísticas e apresentações de cantadores (cantor popular do nordeste brasileiro), repentistas — poesia falada e improvisada, geralmente acompanhado de instrumentos musicais — e cantores.

No estande nordestino, o poeta Rogaciano Leite (1920-1969) será o homenageado deste ano, como reconhecimento da cultura dos violeiros e repentistas.

No espaço, cada autor expõe suas obras em cordéis. É o caso do cearense Antonio Carlos da Silva, mais conhecido como Rouxinol do Rinaré (nome artístico). Rouxinol é autor de mais 30 livros e de mais de 80 títulos de cordéis. “Essa é a terceira edição da bienal que viemos”, disse o cordelista. “O cordel é uma literatura lúdica que ajudou muitos nordestinos a aprender a ler no sertão. É um patrimônio cultural.”

Há mais de 30 anos, Rouxinol escreve cordéis. Os temas são diversos, vão desde adaptações de clássicos como A Viuvinha de José de Alencar até O Grande Encontro de Camões e Salomão.

Esculturas na bienal

Para além dos livros, a bienal também expõe esculturas feitas à mão. O escultor e desenhista Leonardo Salinas trabalha desde 2018 com esculturas molda à mão esculturas no evento. Salinas começou a pesquisar sobre o assunto em 2016, quando ainda trabalhava como despachante.

Logo depois, ele fez um curso de escultura tradicional e de desenho. Assim que começou a divulgar seu trabalho na internet, os primeiros clientes começaram a surgir.

Atualmente, o escultor faz peças sob encomendas, dá aulas particulares de escultura e desenho (online e presencial) e participa de eventos artísticos para demonstração.

Créditos: Revista Oeste.

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Fonte: TBN


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