A Petrobras é realmente culpada pela alta no preço dos combustíveis? Pesquisa da IPESPE ouviu pessoas que já deram seu veredicto

Na última sexta-feira (20), o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE) divulgou um relatório sobre o último levantamento realizado acerca das intenções de voto em 2022 e também sobre a responsabilidade no aumento dos combustíveis. Surpreendentemente, a maioria dos entrevistados considerou a Petrobras como maior responsável.

Os entrevistados foram questionados e deveriam atribuir muito, pouca ou nenhuma responsabilidade ao aumento dos preços de combustíveis em relação a Petrobras, ao presidente Jair Bolsonaro do governo federal, governadores de estados, a guerra que acontece na Ucrânia, governos anteriores de Dilma e Lula e Supremo Tribunal Federal (STF). A pesquisa, registrada na Justiça Eleitoral com o número BR-08011/2022, foi realizada com uma amostra aleatória de 1.000 pessoas, ouvidas por telefone entre os dias 16 e 18 de maio.

Os dados coletados pela pesquisa IPESPE apontam que 64% dos participantes consideraram a Petrobras como muito responsável pelo aumento no preço dos combustíveis, enquanto a taxa de Jair Bolsonaro foi de 45% e a da Guerra da Ucrânia, de 40%, conforme o gráfico abaixo, obtido da CNN Brasil. Outros 24% também consideraram a Petrobras com menor responsabilidade. Apenas 7% consideraram nenhuma responsabilidade da estatal.

Petrobras combustíveis IPESPE pesquisa de opinião

Uma boa parcela dos participantes também atribuiu grande responsabilidade aos governadores de estado, com um percentual de 40%, aos governos anteriores de Lula e Dilma, com 37% e ao Supremo Tribunal Federal (STF), com 32%, conforme aponta o gráfico abaixo. Note que 31% também consideraram os governadores um pouco responsáveis pelo aumento dos combustíveis e 23% os governos anteriores.

Infográfico sobre a pesquisa da IPESPE sobre a responsabilidade pela alta dos combustíveis 2

A pesquisa foi realizada com critérios estatísticos rigorosos e possui um intervalo e confiança de 95%, segundo os cálculos, além de uma margem de erro de 3,2 pontos. Isso quer dizer que se 100 pesquisas desse mesmo tipo fossem realizadas em diferentes amostras aleatórias no Brasil, pelo menos 95 delas teriam um resultado muito similar aos achados desta, dentro da margem de erro.

O começo de 2022 foi marcado por altas consecutivas no preço dos combustíveis, anunciados pela Petrobras. O primeiro reajuste aconteceu em 12 de janeiro, quando a gasolina subiu 4,9% e o diesel 8,1%. Em março de 2022, após 2 meses segurando os preços, a companhia anunciou um aumento de 18,8% no preço da gasolina e de 24,9% para o óleo diesel.

Na segunda semana de maio, veio outro reajuste divulgado com taxas de 2,48% no preço da gasolina, 8,44% no etanol, 4,74% no óleo diesel e 0,24% no gás veicular, segundo dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) do IBGE. Contabilizando a partir de março de 2021, a Petrobras já fez 14 reajustes no valor da gasolina e 12 no valor do diesel.

Todavia, muitos fatores podem estar envolvidos nessa alta dos preços, inclusive o conflito entre Ucrânia e Rússia que abalou todo o cenário de combustíveis mundial, elevando os preços até mesmo nos Estados Unidos. Como sabemos, a Rússia é uma grande produtora e exportadora de petróleo e seus derivados e os embargos econômicos sofridos por ela podem respingar em todos os outros países.


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Fonte: Click Petróleo e Gás


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