Incêndios estruturais em indústrias aumentam 17% em menos de um ano; entenda

Segundo o Instituto Sprinkler Brasil (ISB), entidade sem fins lucrativos que visa a difundir o uso de sprinklers nos sistemas de prevenção e combate a incêndios no comércio brasileiro, as notícias de incêndio estruturais nas indústrias do país apresentaram alta, de maio de 2021 até abril deste ano. Através de monitoramento diário de notícias relacionadas a incêndios em todo o território nacional, o instituto captou 252 ocorrências de incêndio estruturais nas indústrias só neste período – um aumento de 17% em comparação com o período anterior, de 216 notícias.

Recentemente, duas indústrias brasileiras sofreram com incêndios de grandes proporções: uma fabricante de plásticos localizada em Guarulhos, São Paulo, e uma fabricante de cimentos em Quixeré, Ceará. Nos últimos anos, casos no Mato Grosso do Sul, no Paraná e no Rio Grande do Norte, por exemplo, também ganharam destaque, o que tem disparado sinal de alerta para falhas nas medidas de segurança e prevenção.

“Essas ocorrências recentes mostram que há descaso e falta de interesse por parte de muitos profissionais na segurança contra incêndio”, comenta Marcelo Lima, diretor-geral do ISB. Para ele, há “muita gente que prefere fazer vista grossa, ou acha que a empresa nunca vai ser acometida por essa situação. Mas é sempre bom bater na tecla: prevenir é sempre melhor que remediar, sobretudo quando se trata de incêndio. Se as pessoas que são responsáveis pela segurança das empresas tivessem ciência da importância do uso de sprinklers, sem dúvida esse tipo de ocorrência já teria diminuído”, diz Lima.

Incêndio estrutural

Os indícioscontabilizados chamam-se “incêndios estruturais”, isto é, aqueles que poderiam ter sido contornados mediante instalação de sprinklers e que ocorrem em depósitos, hotéis, hospitais, prédios públicos, escolas, museus, entre outros. O ISB, porém, não inclui nos dados incêndios residenciais, os quais embora sejam também estruturais não são objetos de acompanhamento devido à legislação de segurança contra incêndio: a lei não se aplica a residências unifamiliares, onde sucede o maior número de casos.

A legislação, estadual, de combate a incêndios está atualizada. A de São Paulo é uma das mais avançadas no Brasil, servindo de modelo a outros estados. Como explica Lima,  “a questão está em aplicá-la corretamente. O estado exige a instalação de sistemas de incêndio, mas não faz qualquer exigência a respeito do nível de qualidade dos equipamentos. Não há certificação, exceto para extintores. Por isso temos sistemas instalados que atendem plenamente à legislação, mas que provavelmente não funcionarão; e isso só será descoberto no pior momento, durante uma ocorrência de incêndio”, conclui ele.

Uso de sprinklersnas empresas ainda é raro

A pedido do ISB, uma pesquisa feita pelo Instituto Ipsos, junto a empresas multinacionais e de capital nacional com mais de 250 funcionários, revelou que o grau de adoção de sprinklers nas empresas é baixo. Somente 36% das 300 companhias entrevistadas pelo Ipsos disseram contar com sistemas desse tipo em suas instalações.

O levantamento mostra ainda que apenas 14% das entrevistadas disseram contar com sistema desse tipo em todas as unidades, ao passo que 22% declararam contar com o sistema em algumas unidades operacionais.

De acordo com a pesquisa, o uso de sprinklers é maior entre as multinacionais: 48% das empresas estrangeiras com operações no país disseram tê-las em suas operações. Entre as empresas nacionais, o número é de 34%.

O porte também influencia na aderência a esse tipo de tecnologia. O percentual de uso de sprinklers em empresas com mais de 500 funcionários é de 45%. Já nas empresas menores, de 250 a 499 funcionários, o índice cai para 28%.

Sobre o ISB (Instituto Sprinkler Brasil)

O Instituto Sprinkler Brasil (ISB) é uma organização sem fins lucrativos que tem como missão propagar o uso de sprinklers, conhecidos também como chuveiros automáticos, nos sistemas de prevenção a incêndios em instalações de indústrias e comércios. Fundado em 2011, o ISB defende o uso dessa tecnologia como a medida mais eficaz de evitar perdas humanas e materiais.


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Fonte: Click Petróleo e Gás


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