Carne parada no Porto da China é liberada, mas o veto ainda permanece

A China vai aceitar pedidos de importação de carne bovina brasileira que tenha recebido certificação sanitária antes do dia 4 de setembro.

A alfândega chinesa atualizou seu site nesta terça-feira, 22, para informar que agora está aceitando pedidos de importação de carne bovina certificada antes da suspensão.

“Essa é uma boa notícia para quem estava com o contêiner parado no porto ou que estava fazendo interporto, que é sair de um porto e parar em outro, enquanto aguarda a liberação”, disse a CEO da Agrifatto, Lygia Pimentel.

Atualmente, cerca de 100 mil toneladas do produto, divididas em 3,5 mil contêineres, ainda estão paradas no porto chinês e devem ser liberadas. Essa quantidade já havia sido certificada antes da suspensão das exportações.

O Brasil suspendeu as exportações de carne bovina para a China em 4 de setembro depois de detectar dois casos atípicos de doença da vaca louca. Os casos foram considerados “atípicos” por serem de um tipo espontâneo, e não por transmissão no rebanho.

De acordo com a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês), esses registros não oferecem riscos à saúde humana nem animal e são em geral detectados em bovinos mais velhos.

Especialistas e pecuaristas esperavam a retomada breve das atividades, mas, devido à relutância do governo chinês em liberar o embarque, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil estimou um prejuízo de até US$ 1,8 bilhão.

A carne que já estava nos portos continuou sendo exportada, com a maior parte não conseguindo passar pela alfândega na chegada à China.

O Brasil é o principal fornecedor de carne bovina da China, atendendo a cerca de 40% de suas importações, e os compradores esperavam inicialmente que o comércio fosse retomado em algumas semanas.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse na semana passada, que o Brasil precisa aguardar uma definição dos chineses sobre a suspensão das exportações.

Em nota, o Ministério da Agricultura confirmou hoje o recebimento do comunicado da Administração Geral de Alfândegas da China. “A ministra Tereza Cristina considera que a liberação desses lotes representa um avanço rumo à retomada das exportações regulares”, informou.


Fonte: Revista Oeste


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