Boletim Focus: mercado projeta inflação de mais de 10% em 2021

A inflação vai terminar o ano em mais de 10%, segundo projeção dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC). Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 22, pelo Boletim Focus.

Caso esse prognóstico se confirme, será a primeira vez que a inflação atinge o patamar de dois dígitos desde 2015, quando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 10,67%.

Nesta semana, os economistas ouvidos pelo BC aumentaram a estimativa de inflação de 9,77% para 10,12%. Foi a 33ª semana consecutiva de alta do indicador.

Metas de inflação

O centro da meta de inflação é de 3,75% e, pelo sistema vigente no país, ela será considerada cumprida se ficar entre 2,25% e 5,25% em 2021 — a expectativa do mercado, portanto, é que o Brasil passe longe de cumprir a meta neste ano.

Para 2022, o mercado financeiro subiu de 4,79% para 4,96% a estimativa de inflação – foi a 18ª alta seguida. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,5% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%.

PIB

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o mercado financeiro baixou a estimativa de crescimento em 2021 de 4,88% para 4,8%.

Já para o ano que vem, a redução foi de 0,93% para 0,7%. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.

Juros

A perspectiva para a taxa básica de juros da economia (a Selic) foi mantida em 9,25% ao ano, de acordo com o Boletim Focus. Para o fim de 2022, os analistas do mercado elevaram a estimativa de 11% para 11,25% ao ano.

Dólar

Em relação ao dólar, a projeção do mercado para a taxa de câmbio no fim de 2021 permaneceu em R$ 5,50. Para 2022, o valor também ficou estável em R$ 5,50 por dólar.

Boletim Focus

Embora as oscilações para mais ou para menos pareçam representar pouca diferença, um simples aumento de 0,1 ponto porcentual na estimativa de inflação ou de crescimento do PIB de uma semana para outra é significativo.

“O Focus é revisado toda semana. São 52 semanas no ano. Ele muda aos poucos. Em geral, a mediana muda mais lentamente”, explica a Oeste o economista Samuel Pessôa, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).


Fonte: Revista Oeste


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